O primeiro passo está ligado ao tratamento da semente. Conforme explica o agrônomo da área de Qualidade da Soja e Pesquisa de Produção da Monsoy, Flavio Gonçalves, depois de escolhida a semente, é preciso fazer o tratamento prévio com fungicida para protegê-la da ação dos fungos e com o inoculante que tem uma bactéria que vai ajudar a fixar o nitrogênio existente na atmosfera, na planta da soja, que é muito exigente deste elemento. Também é necessário fazer o tratamento com inseticida, cobalto e molibdênio.
Feito este processo é necessário fazer a análise de solo para saber quais as carências ou excessos de elementos ele possui e em que teores eles estão. Tendo o resultado, o agrônomo pode indicar a quantidade de adubo e calcário necessário para cada área a ser plantada, a fim de fazer a correção do solo. Agora é o momento de escolher a variedade e plantar. Mas antes, Flavio faz um alerta. É necessário conhecer o histórico daquela área em relação as principais doenças que afetam a soja. Este fator é importante para que se plante variedades resistentes as mesmas.
Segundo o agrônomo Edson Jatti, gerente da área de licenciamento de cultivares do Sul do Brasil, da Monsoy, além da escolha de variedades resistentes é necessário que o produtor também faça o planejamento em relação ao quando ele quer a sua lavoura pronta. A partir disto ele vai escolher variedades de ciclo normal, semi precoce ou precoce. Jatti explica que o padrão normal são plantas de ciclo entre 120 a 130 dias aonde o plantio é feito de outubro a meados de dezembro, começando a colher no início de fevereiro (Paraná e sul do MS). Já a semi precoce tem um ciclo entre 118 a 125 dias e a precoce tem o ciclo entre 105 a 117 dias. “Há quem queira aprontar a soja mais cedo para fazer uma safrinha de milho depois. Isto determina que escolha uma variedade precoce, por exemplo”, explica Jatti.
Feito isto e também a devida correção do solo chega o momento de olhar para os equipamentos e fazer as manutenções necessárias. No que se refere ao trator, é preciso checar as lubrificações, o sistema hidráulico e os pneus. O bom funcionamento de todos os sistemas evita quebras durante o trabalho e também aumenta o rendimento, reduzindo custos. Na parte das semeadoras e adubadoras, o engenheiro responsável pelo produto plantadeira da Metasa de Passo Fundo, RS, Paulo Montagner, diz que em primeiro lugar é preciso fazer uma revisão das partes móveis como sulcadores e distribuidores de adubo e semente. “Geralmente o produtor mesmo faz, com orientação do fabricante”, lembra.
Também neste equipamento é necessário trocar a graxa dos componentes e lubrificar. Fazer a inspeção dos rolamentos é recomendação para que não quebrem durante o plantio e o processo tenha que ser paralisado. Depois desta revisão é hora de acerta a quantidade de adubo. O produtor precisa olhar a tabela que vem no seu equipamento para faze a equivalência entre o peso do adubo e o volume. Todas as plantadeiras, segundo Montagner, possuem esta tabela. Mas para checar se o equipamento está distribuindo a quantidade certa, o técnico recomenda que se carregue a plantadeira, percorra uns 50 a 100 metros coletando a quantidade de adubo que está saindo pelos distribuidores. Feita esta verificação ele pode novamente fazer a regulagem de saída do produto pela tabela e começar a trabalhar.
No caso da semente, o processo é basicamente o mesmo. Selecionar a semente pelo diâmetro do furo (entre 7 a 9 mm), regular a máquina de acordo com a tabela, que vai ter como referência, a quantidade de grãos por metro linear. Para verificar a regulagem é preciso dar um “tiro” de 20 a 30 metros para conferir se está tudo certo. “É bom lembrar que é preciso conferir se a quantidade de semente está sendo a recomendada ou se vai ser necessário nova regulagem”, diz o engenheiro, acrescentando que tudo deve ser feito para não desperdiçar semente. Outra recomendação que ele dá é que a cada 10 horas de trabalho o implemento seja novamente revisado e lubrificado para que o rendimento seja o melhor possível. “E também não esquecer que após a operação do plantio, é preciso lavar com água todo o equipamento, deixar secar muito bem para evitar ferrugens e, se possível, guardá-la em local coberto, pois isto aumenta a vida útil do equipamento”, finaliza Montagner.
Uma dica também importante é para o caso de necessidade de pulverização. Trinta dias antes de colocar a funcionar, verificar se não tem nada danificado. Os autopropelidos, por exemplo, necessitam cuidados com o óleo hidráulico a cada 500 horas. Depois de utilizado, fazer a limpeza do tanque com água retirando todo o líquido em local adequado. Quando estiver bem limpo, deixar o mesmo tanque com uns 200 litros de água. Limpar todos os componentes e guardá-los adequadamente a cada novo uso. Feito isto, é aguardar a lavoura crescer e controlar o aparecimento de doenças e pragas para evitar perdas.