Pecuária

Touros – a nova geração de raçadores

A evolução genética de uma raça pressupõe que dentro do seu rebanho, sempre estejam surgindo novos reprodutores. E a cada geração, eles imprimam em sua progênie, as principais características que se está desejando para aquele momento.

Foi assim com touros com Moscou FJ e Pletil Jaboti, por exemplo, que tiveram em fases distintas da evolução genética da raça, parte da tarefa de imprimir o padrão morfológico do Canchim, como ele é conhecido hoje, Isto também ocorre com Rimador FJ e Nixon da Pereira, entre tantos outros.

A aceleração nesse processo constante de evolução, porém, vem fazendo com que a cada geração surjam novos raçadores modernos, capazes de reforçar ainda mais todas características desejáveis para a produção de novilhos precoces em regime de campo.

Para o criador Peter Baynes, da Fazenda Altas, as novas gerações de touros estão realmente dando ganhos maiores para o Canchim, se comparar com as anteriores. Fato que é desejado na medida que a geração seguinte é o resultado de uma seleção genética cada vez mais aprimorada. “Principalmente nos dias de hoje em que dispomos da tecnologia das Deps, do perímetro escrotal, dos testes de ganho de peso, ferramentas que são utilizadas para ajudar na escolha dos melhores reprodutores e ventes”, salienta.

Baynes diz que os criadores estão querendo ter seus rebanhos, animais que tenham mais carne, com qualidade de carcaça, precocidade e rapidez no ganho de peso, com o detalhe importante: a campo, Um fato no neste processo, conforme o criador, é que os produtores de genética, já estão prestando mais atenção na performance das fêmeas, que são, fim, responsáveis por 50% do resultado final. “Então não é só os touros que temos que olhar, mas também as vacas, na medida em que temos que ver a melhor combinação entre os para se conseguir o resultado desejado”, assinala.

“Realmente a essa nova geração de touros Canchim está trazendo a contribuição de melhorar a carcaça, tanto em termos de volume como acabamento. Isso representou um salto qualitativo muito grande, se comparamos com touros como Moscou, por exemplo, sem menos prezar o que ele representa para a raça”, declara Márcia Lacombe, da Fazenda Liberdade, de Avaré, SP. Para a criadora, cada geração de reprodutores trouxe a sua contribuição. Ela cita, por exemplo, Rimador FJ e Nixon da Pereira, que são animais que iniciaram o processo de melhoria da carcaça e de outras características na raça, que com a entrada de sangues como o de Uriel FJ, por exemplo, avançam ainda mais na melhoria em filhas de Nixon, o que significa que é uma genética ainda desejada”, comenta a criadora. Márcia acredita que não dá para radicalizar, desprezando totalmente uma geração anterior. “Sempre se pode, num novo acasalamento, conseguir novas e excelentes características, porque a seleção genética é sempre dinâmica mas só apresenta seus resultados mais definidos, depois de três gerações”, finaliza.

O gerente de pecuária da Zuca Sobral, de Itapiranga, SP, Denilson Nogueira, mais conhecido como “Marujo”, diz que o touro Uriel FJ, hoje de propriedade do criatório, trouxe para a raça uma carcaça mais definida, com melhor qualidade e maior volume. Além disto, favoreceu a precocidade e o ganho de peso nos seus descendentes. Um exemplo disto foi lotes desmamados em dezembro de 2001e janeiro de 2002, que obtiveram a média de 260 kg para os machos e 240 kg para as fêmeas. “Um resultado excepcional quando se sabe que a média normal para fêmeas”, ressalta Marujo, acrescentando que Uriel vem imprimindo também, um novo padrão para a raça, nestas características citadas.

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