O Programa Qualitas, como é chamado, que já recebeu investimentos de cerca de R$ 350 mil até o momento, pretende buscar a certificação destas fazendas com o selo Isso 14000 que é o destinado a questão ambiental, afirma Alessandro de Caprio, diretor do núcleo de zootecnia e um dos responsáveis pelo programa.
Para adquirir o selo verde, o pecuarista terá de controlar toda a vida dos animais. Isto é, desde a genética aplicada na produção até o momento do abate. A alimentação dos bovinos, exclusivamente da raça nelore, deve ser feita a pasto, e há um controle rigoroso das aplicações de medicamentos para que não interfira na qualidade da carne, explica Caprio.
Conforme o zootecnista existem compradores da União Européia que têm buscado carne orgânica como alternativa de consumo, pagando três vezes mais pela carne, declara. A carne diferenciada está sendo paga a US$ 3.000 a tonelada pelo europeu. Já a carne orgânica certificada paga-se até US$ 9.000 a tonelada, garante. Para chegar a este mercado, as fazendas participantes do programa estão produzindo 25 mil matrizes controladas individualmente. Em 5 anos serão abatidos cerca de 500 mil animais e a previsão de faturamento para 200 é de R$ 3 milhões em carcaça.
Para participar neste programa de controle genético e rastreabilidade o pecuarista paga entre R$ 0,60 e R$ 1,00 por vaca por mês. Para Caprio, o ganho estimado para o produtor é de R$ 1.600 a R$ 3.000 por bovino vivo contra R$ 600 a R$ 650 do preço do boi gordo vivo convencional. O programa apresenta rendimento ao pecuarista entre 25% a 40% durante um ano. O produtor terá ganho de 1% a 2% de rendimento ao mês, explica o executivo.
A meta dos coordenadores do empreendimento é abater 4 mil animais em 2001 e atingir 1,5 mil abates por mês a partir de 2002. Em 60 dias começam os primeiros abates dos animais do programa. A taxa de desfrute no projeto está acima de 32% contra uma média de 22% da taxa brasileira. Em dez anos vamos atingir taxa acima de 40%, afirma.