Sessenta por cento, da área de plantio de cana hoje no Brasil é, potencialmente, adequada a mecanização, e apenas 17% das 300 milhões de toneladas produzidas no País já contam com o uso de máquinas na colheita. Com esses números, Sérgio Plaut, diretor de cana-de-açúcar da CNH (fusão de Case e da New Holland), mostra o entusiasmo da empresa com as possibilidades de ampliar seu espaço no mercado de colheitadeiras apoiando-se nesse tipo de cultura.
As vantagens da colheita mecanizada são muitas. Há usinas ganhando de 30 a 50% mais em produção por terem adotados o sistema em produção por terem adotado o sistema, afirma Plaut, lembrando porém, que resultados assim são uma combinação de bons equipamentos com preparo adequado do terreno e plantio correto. A parte logística é muito importante. A máquina sozinha, não faz milagre, ressalva.
Cliente da Case, a Usina São Martinho, da região de Ribeirão Preto, grande produtora de açúcar e álcool, com 10 milhões de toneladas e 200 milhões de litros, respectivamente, atesta o acerto em optar pela colheita mecanizada.
Temos um controle rígido de qualidade para avaliar o desempenho da produção e do consumo de combustível, realizando inclusive testes para medir a capacidade máxima das máquinas 24 horas de trabalho. No teste realizado este ano, a colheitadeira modelo A7700 modelo que usa esteiras ao invés de pneus colheu 2.273 toneladas de cana-de-açúcar crua, enquanto a produtividade média é de 7000 toneladas/dia, conta Mário Gandine, gerente agrícola da usina.
A colheitadeira usada pela São Martinho faz parte da linha 7000, lançamento da Case para a colheita de cana que, de acordo com Plaut, traz inúmeras novidades tecnológicas sem, entretanto, agregar preço na mesma proporção. Procuramos introduzir estes melhoramentos e oferecer um produto bem superior aos antigos modelos, mas sem repassar custo ao produtor. Além disso, temos várias opções de crédito e financiamento para facilitar o acesso do produtor á essa novas máquinas, garante o diretor da empresa. Uma das maiores novidades da linha 7000 é a cabine basculante, que tem abertura lateral de 60º e facilita o acesso ao motor, diminuindo o tempo de manutenção da máquina.
Novas variedades
O entusiasmo da CNH é partilhado com o IAC, que graças ao desenvolvimento de novas pesquisas, chegou a duas novas pesquisas, chegou a duas novas variedades de cana que atendem de forma eficiente ao uso em colheita mecanizada: a IAC91-2218 e IAC91-5155. Levamos dez anos para chegar esses produtos, que apresentam, entre outras características, corte ereto, uniformidade de altura e diâmetro, despalha fácil, plasticidade e curva de maturação menos acentuada, além de gemas pequenas, conta o pesquisador do IAC,Marcos Landell. A cana 51 55 é mais indicada para início e meio de safra, já a 2218 pode ser usada de julho até início de novembro.
Landell explica que, com o corte ereto e uniformidade de tamanho de tamanho, diminuem consideravelmente as perdas na colheita, que pode ser feita sempre no menos níveis, e presença de impurezas minerais (terra) no produto colhido, Já a despalha fácil faz com que a folhagem caia no corte, diminuindo a presença de impurezas vegetais no produto final. O tamanho menor da gema também ajuda, mantendo-a mais protegida do corte da máquina e preservando-a para a rebrota. Distribuídas em 58 unidades produtoras, as variedades passam agora pelo que Landell chama de Validação Tecnológica. Essa validação é muito importante e conclui um trabalho demorado e contínuo, explica, lembrando que cada verificação leva cerca de 2 anos. A primeira fase é um funil, onde de 15 mil unidades se seleciona 1 a 1,5%, avaliando as características individuais desejadas. Na altura e diâmetro. Já na terceira fase, avalia-se o comportamento da planta em grupo, verificando sombreamento e capacidade de evitar a ação de plantas daninhas. Depois disso que se faz o ensaio regional, experimentando a planta também nas usinas, sob condições climáticas e de solo diversas.