Pecuária

Montana já ganhou seu espaço no mercado

Atraente para grandes produtores e adeptos da tecnologia mais sofisticada, o composto Montana comprovada o desempenho nos propriedades menores que necessitam eficácia na produção de bezerros e de carne.

Inovação e bons resultados marcaram o 2 leilão Montana realizado em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, no dia 16 de agosto. O encontro reuniu 600 visitantes, comercializou 129 touros e 88 fêmeas, com faturamento de R$ 535,85 mil e médias de R$ 3,44 mil, para os touros, e de R$ 1,04 mil, para as fêmeas. A novidade ficou por conta da data, já que o leilão foi realizado numa quarta-feira, o que contraria o tradicionalismo dos eventos aos sábados. Fábio Dias, diretor da CFM/Leachman, explica o sucesso, ao afirmar “ofertou-se maior número de animais e se comprovou que os clientes são pecuaristas profissionais, o que permite vendas apenas nos finais de semana”.

O leilão deste ano representa crescimento de 37% do faturamento, quando comparada ao do ano passado. O número compradores cresceu de 37 para 47 também neste ano. Dias acredita que o produto torna-se mais popular a cada ano. Convém lembrar que a comercialização do Montana no mercado brasileiro começou em 1998. Para ele, o crescimento da venda de apenas alguns animais para cada cliente, comprova que os touros transformam-se em produto de reposição de plantel. E, mais importante, os pequenos produtores estão sendo conquistados. Seguro, ele afirma que “o cliente é o produtor comercial de bezerros”.

Animado com resultados, garante que os planos para 2001 incluem um leilão em 15 de agosto, com oferta de 250 touros. A safra do próximo ano deve registrar dos mil touros comercializados, mais que o dobro desta safra, formada por 800 machos.

O crescimento das vendas incentiva a busca pelo perfil do comprador. Na opinião de Dias, trata-se de um produtor profissional, cujo objetivo é obter aumento de lucratividade na produção de bezerros e de carne. A análise desse anos iniciais do composto no mercado mostra o que esperar para o futuro.

Dias recorda que a primeira safra comercializa, 1998, reuni 160 touros. No ano seguinte, entre leilões e vendas nas fazendas dos franqueados do Programa Montana, o número saltou para 320 touros. E, neste ano, para 800 machos vendidos com Certificados Especial de Identificação e Produção (CEIP).

Para esse resultado contribui também a divulgação do composto que inclui a organização de Dias de Campo nacionais e regionais. A prática começou em agosto de 1998 e até hoje promoveu três encontros nacionais, que somaram duas mil pessoas, e três encontros regionais, com 600 pessoas no total. Portanto, em 24 meses, foram realizados seis encontros para produtores. Dias explica o interesse em atrair pequenos produtores, pois “ele apostam em uma ferramenta simples para fazer híbridos”. Mais: lembra que a inseminação artificial cobre apenas 5% das vacas do rebanho brasileiro , Portanto, a manta natural ainda tem muito espaço para crescer.

Hoje, o Programa Montana possui dois grupos de clientes. O primeiro é formado por grandes corporações, que utilizam tecnologia e possuem grandes propriedades e demonstram interesse desde o início do programa. Muitos deles usam inseminação artificial em parte do plantel. Alguns desses produtores são os chamados franqueados.

Já o segundo grupo é composto por pequenos produtores, que compram entre dois e três touros, Dias assegura que, a grosso modo, são produtores que possuem menos de 10 touros no plantel; entre 250/300 e, no máximo, 300 vacas; vacas; e áreas de 500 ha a 1.000 ha. “Trata-se de um produtor profissional, que sabe precisa viabilizar a produção. Caso contrário, é obrigado a vender a fazenda”, conclui. Isso determina a busca por alternativas que reduzam custos, permitam a heterose, ganho de peso para os animais e chance de empenhar as fêmeas entre 14/15 meses e, no máximo, aos 18 meses.

Ciente dessas necessidades, o Programa Montana oferece um tripé de vantagens ara os usuários. Em primeiro lugar, a garantia de compra de touros com certificados genético oficializado pelo Ministério da Agricultura. Em segundo, animais com certificado andrológico. E, por fim, touros com exames sanitários, como brucelose e aftosa. “Isso permite a oferta de produto especificado, certificado, avaliado e portanto, uniforme ao longo do país” assegura.

O programa também procura acompanhar a performance dos compostos. No ano passado, por exemplo, os compradores de Montana, cerca de 100 espalhados pelo Brasil, especialmente, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, foram consultados pelo programa sobre desempenho dos animais, em itens como taxa e prenhez, e adaptação dos touros.

Para o futuro, a expectativa é permitir aos compradores agregar valor ao produto. Por exemplo, inclui produtores de Montana aos leilões organizado pelo programa. A primeira experiência ocorreu em maio deste ano, com o leilão de bezerros cruzados dos franqueados. No encontro foram vendidas 1.681 cabeças, das quais 1.471 bezerros por R$ 526 mil e 51 mil bezerras por R$ 577 mil. Estão programados leilões para maio, junho e julho do próximo ano em São Paulo, Campo Grande e Cuiabá.

O Programa Montana é uma tecnologia promovida pela parceria das empresas CFM e Leachman. Dias explica que a Leachman desenvolve programas genéticos nos Estados Unidos, país de origem, e também na Argentina, Brasil, Nova Zelândia e Austrália para a cadeia de carne vermelha”, afirma. E cada lugar necessita de animais com recursos genéticos apropriados. A idéia da empresa é ter acesso aos ingredientes genéticos e formar compostos com bons resultados. Renato V. Cunha, produtor e estudante de agronomia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Jaboticabal, testa o composto Montana na Fazenda Santa Cruz, em Itajá, Goiás. Em 4,6 mil ha, mantém 5,5 mil cabeças Nelore, quatro touros Montana e 400 cabeças de cruzamento industrial Nelore X Limousin.

Ele conta que adquiriu dois touros no Leilão Montana de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, no ano passado, e colocou a campo para experiência. Os resultados foram entusiasmantes. A estação de monta começou em dezembro, após um período de seca forte. os touros mantidos a campo, com pasto formado por tanzânia e sal mineral, mas sem suplementação, perderam menos peso que os animais Nelore.

Para monta, Cunha dividiu as vacas em lotes de 80, ao acaso, com dois touros por lote. A estação de monta estendeu-se até março. Os exames de toque, em final de maio, apontaram taxas de prenhez de 92%. Os bezerros serão pesados ao nascer, na desmama e comparados com os dos lotes de Nelore. O produtor elogia também a resistência do Montana ao calor da região, cujas, médias alcançaram 38 graus positivos no pico de verão e 25 graus positivos no inverno.

Mais dois touros foram comprados em agosto deste ano. Cunha ainda não decidiu, mas talvez utilize os touros como animais de repasse, após a aplicação de inseminação artificial. Ou recoloque os touros com vacas Nelore, desta vez em dois lotes de 80 vacas com os dois touros cada.

Após acompanhamento da performance dos animais neste e no próximo ano, Cunha pretende introduzir entre 20 e 25 touros Montana como substitutos aos animais Nelore, em 2002. “Os compostos permitem acabamento mais precoce”, garante.

Rudnei F. Mello e seu pai Paulo de Oliveira, proprietários da Fazenda Boi Gordo, de 800 ha, 960 cabeças entre vacas Nelore, cinco touros Simental, três Montana e três Brahma, localizada em Alto Alegre dos Parecis, em Rondônia, salientam que grande vantagem do Montana é que não perde a heterose quando cruza F2 e F3.

Mello, responsável pela administração da fazenda, afirma que comprou um touro Montana para experiência no ano passado. Neste ano, adquiriu mais dois animais. O experimento revelou bons resultados. Ele conta que o touro posto em campo, em setembro de 1999, chegou com 480 kg, sendo imediatamente colocado em serviço para 60 vacas F1 Simental. No início de setembro deste ano, pesava 660 kg, mantido apenas a campo, com pasto de brachiária, e havia produzido 60 bezerros. Os bezerros nasceram com peso médio de 35 kg, sem problemas de parto para as vacas. Ansioso, aguarda os resultados da desmama, que considera os mais importantes para o experimento.

O produtor salienta a rusticidade do animal ao ataque de carrapatos e bernes, comuns na região. E garante que pretende substituir os touros Simental por Montana, convencido pelos resultados.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *