Um cenário em que a oferta é menor que a procura tem feito com que a comercialização da raça a grande vendedores e compradores. Unânimes em afirmar que o mercado está sedento por animais Marchigiana, criadores e leiloeiros estão otimistas com os resultados que a raça vem alcançando. De acordo com eles, tal euforia é proporcionado a quem decidiu
investir nesse gado italiano, tão parecido com o Nelore em termos de resistência ao calor. Dos leilões realizado no ano passado, as fêmeas PO apresentaram uma média de R$ 3.433,15 e os machos PO R$ 3.128,17. Por sua vez, as bezerras ½ sangue tiveram uma média de R$ 275,69 e os bezerros ½ sangue R$ 327,12. O Marchigiana encontra-se em plena evolução, impulsionada pelo desempenho que vem oferecendo ao cruzamento industrial. Dessa forma, acredito que o setor continuará tendo um crescimento acentuado, comenta o diretor da Programa Leilões, Paulo Horto , empresa que bateu o martelo em seis remates da raça em 1999 – EF Agropecuária, Exposição de Araçatuba e os dois IS, os três últimos em conjunto com a Central Leilões.
Não menos entusiasmado, o dono da Fazenda Tamoio, Antônio Delamuta, um dos mais tradicionais criadores de Marchigiana no Brasil, também aposta na elevação do setor. Em 1999, seu leilão – o único da raça realizado na propriedade – rendeu médias de R$ 4.462,00, com a venda de 25 animais PO, entre machos e fêmeas. No ano anterior, a média havia ficado em R$ 3.500,00. O cruzamento industrial com o Nelore é perfeito e a raça tem de tirar proveito disso. Atualmente, quase não existem machos á venda, o que faz o setor bastante valorizado, diz ele, anunciando que, dentro de dois anos, realizará o primeiro remate de animais Mochos um diferencial da Tamoio, uma vez que se trata da única propriedade do mundo a criar essa variedade de Marchigiana.
Na opinião do diretor do Grupo Eros Felipe de Apucarana (PR), detentor da Fazenda Paraíso, Rogério Felipe,a falta de animas no mercado tem proporcionado rápida e segura liquidez ao Marchigiana. Vendedor nos leilões da raça em Campo Grande (MS), Londrina (PR) e Araçatuba (SP), a propriedade conseguiu, no ano passado, médias de R$ 3.000,00 para machos puros e de R$ 6.000,00 a R$ 7.500,00 mas nas fêmeas puras. Em 1999, comercializamos cerca de 100 touros e 15 vacas, informa ele, lembrando que seus exemplares foram adquiridos por criatórios do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Rondônia e Bahia.
Com 200 fêmeas puras, a Paraíso trabalha com coleta e transferência de embriões, devendo, até a metade deste ano, cegar a 300, cabeças. No final de 2000, Felipe espera ter comercializado de 120 a 130 touros puros e de 30 a 40 fêmeas puras, número que, em 2001, devem saltar para algo em torno de 180 touros e 70 vacas. “A vantagem do Marchigiana é que se trata de um mercado praticamente estável, sem grandes altos e baixos. Um setor sólido, que permite ao criador saber quanto vale seu trabalho na fazenda”, pontua o diretor.
Entusiasmado com a precocidade, fácil ,manejo, fertilidade e rusticidade da raça, proprietários da Fazenda São João da Cachoeira, no município de São Simão (SP), intensificou seu plantel de Marchigiana no ano passado. Optamos por uma dedicação maior á raça, porque, na pecuária moderna, não espaço para ineficiência e o Marchigiana aparece como um significativos diferencial, ressalta ela.
Com um rebanho de 166 cabeças PO, a propriedade tem trabalhando com a produção de animais puros e mestiços: touro Marchigiana sobre vaca Nelore e touro Marchigiana sobre vaca Marchigiana. Dessa forma, a meta para o ano 2000 é chegar a um total de 600 animais, tanto ½ sangue quanto puros. Também estamos preparando alguns exemplares para a comercialização e exposições, trabalho que deverá ganhar mais espaço a partir do ano que vem, revela Dulce.