Agricultura

É hora da colheita!

A necessidade urgente de renovação na frota nacional e o anúncio da liberação de recursos governamentais para o setor vem entusiasmando as indústrias de colheitadeira para a comercialização em 2000.

Um crescimento da ordem de 15%, segundo dados da Anfavea (Associação nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), foi o índice de vendas do setor de colheitadeiras no ano passado. Para 2000,as empresas iniciam seus trabalhos com otimismo, esperando concretizar bons negócios e melhorar o desempenho de comercialização. De acordo com o gerente de Marketing da SLC John Deere, Zuleica Centeno, as perspectivas de mercado são positivas, principalmente em função do alto potencial de demanda. Só para efetuar uma ideia, há, no Brasil, uma frota de 65.000 colheitadeiras, sendo que 17% têm idade entre 15 e 25 anos. Um dado que demonstra o alto índice de sucateamento no campo e a necessidade de reposição dessas máquinas.

Fora isso, a mecanização em colheita no Brasil é extremamente baixa, numa proporção de 834 hectares de lavoura para cada colheita em atividade – a média mundial fica em torno de 350 ha para colheitadeira. A França aparece como o país mais avançado, possuindo uma colheitadeira; e, nos Estados Unidos, a relação fica em 280 hectares por colheitadeira. Zuleika ainda diz que o potencial agrícola nacional aponta um bom desempenho do setor. Atualmente, o Brasil conta com 36 milhões hectares agricultáveis, quando sua capacidade é de aproximadamente 155 milhões de hectares. O grande problema, no entanto, é o chamado Custo Brasil, que não permite tecnologia para sua propriedade. Na maioria das vezes, os planos governamentais para a agricultura são feitas á pressa, dificultando o acesso aos recursos nos momentos certos.

Para o ano 2000, a SLC John Deere prevê um faturamento de R$ 400 milhões, contra R$ 347 milhões em 1999, quando vendeu 1.145 máquinas. Por sua vez, o engenheiro de Aplicação de Produto da Case, Christian Queiroz Gonzales, comenta que as boas perspectivas de vendas para 2000 passam pela melhoria nos preços dos grãos, que estão ajustando e recuperando as perdas que tiveram no ano passado. No Paraná, por exemplo, diz que apesar da forte estiagem que afetou a região, os plantios não ficaram comprometidos, o que deve provocar elevação nos valores registrados em 1999. Dessa forma, além dos agricultores paranaenses, a empresa deve registrar boas vendas nos Estados do Mato Grosso, Goiás e Bahia, principalmente para as culturas de milho, soja e feijão. Quanto ao algodão, alvo da empresa no início de seu trabalho no Brasil, Gonzales ressalta que houve um excesso de vendas de máquinas para essa cultura, o que deixou o mercado um tanto saturado. No entanto, o crescimento nas vendas ainda deve ocorrer, principalmente no Mato Grosso, para, dentro de cinco anos, o Brasil Mato Grosso, para, dentro de cincos anos, o Brasil se tornar auto-suficiente em algodão. Mas, por enquanto, está ocorrendo uma migração de colheitadeiras de outros Estados para o Centro-Oeste, reduzindo, atualmente, o índice de comercialização, diz ele, informando que, nos deu cerca de 400 colheitadeiras de algodão no mercado brasileiro.

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