Animal esportivo por excelência, o Árabe tem provado sua fama de forma contínua: os vencedores de provas hípicas geralmente são Árabes ou têm esse sangue. Resistente, ágil, veloz, ele tem boa visão, grande inteligência e excelente adaptabilidade. Estas características fizeram dele um animal cobiçado, que colaborou para formação de várias outras raças.
É um clássico
No Brasil, há mais de 35.000 desses animais, divididos entre 1.500 criadores. O proprietário típico de um cavalo Árabe procura um animal para prática do enduro provas de hipismo, como salto e adestramento, tambor e baliza laço e apartação. No ranking dos enduros, principalmente nas provas de maior distância, o Árabe é imbatível.
O Àrabe é definido como um animal de trote alto, linha de dorso predominantemente reta, traseira curta, garupa forte, corpo compacto, mas outras características o tornam facilmente reconhecível até por leigos: o focinho côncavo, as orelhas pequenas e pontuadas, olhos salientes e a cauda erguida.
Um animal adulto, com treinamento básico provas, chega a valer cerca de R$ 5.000, segundo João Roberto Sorvilo, presidente da Associação de Criadores do Cavalo Árabe. Um bom reprodutor pode valer qualquer coisa acima dos 200.000. Isso sem falar dos animais excepcionais, como o garanhão Ali Jamal, Virtualmente sem preço.
A criação dos cavalos Árabes encontra se bastante tecnificada, com emprego amplo de técnicas de inseminação artificial. Uma cobertura custa, em média, R$ 2.500 reais.
Também os leilões, o desempenho dos Árabes é excepcional. Recentemente um leilão em Ribeirão Preto teve a média de R$ 14.000,00 por animal, e outro, no Clube Paineiras, em São Paulo, chegou a uma média de 18.910,00.
E não é para menos: hoje, os cavalos Árabes do Brasil são considerados os melhores do mundo. De importador, o Brasil passou a exportar mais de 100 cavalos, principalmente para os Estados Unidos. Lá explica, Sorvilo, eles são utilizados principalmente shows, atividade muito popular. Este é um grande feito, que demonstra a qualidade do produtor brasileiro: afinal, nos Estados Unidos, há mais de 500.000 animais de raça Árabe, em comparação aos 35.000 brasileiros.
Para João Roberto Sorvilo, o mercado dos cavalos Árabe não deve passar por nenhuma explosão. O mercado vem melhorando gradativamente, acompanhado o crescimento de provas hípicas e principalmente do enduro.
Um cavalo cheio de Histórias
A história do Cavalo Árabe perde-se nas lendas das areais do deserto. Contam os beduínos que Alá quis dar eles um presente especial, um companheiro para toda a vida. Criou então um animal com olhos de águia, faro de lobo, velocidade de pantera, resistência de camelo, leveza da corça e fidelidade do cão. De fato, o cavalo Àrabe é produto de milênios da mais dura seleção, criado em condições adversas: temperaturas de grande variação, clima árido, pouco pasto. Daí surgiu um animal leve, resistente e extremamente adaptável.
Foi durante as Guerras das Cruzadas, há mais de 1.000 anos, que os europeus tomaram contato com este animal excepcional, cujas habilidades superavam em muito as dos encorpados cavalos europeus. desde então, o Àrabe se tornado não só um sinal de prestígio como também fator de melhoramento genético e formação de várias outras raças.
No Brasil, o árabe chegou na década de 1920. Mais tarde, na década de 1960, foi formada a Associação de Criadores de Cavalo Àrabe, que registra mais de 35.000 cavalos.