Agricultura

O que é o cancro cítrico

A doença surgiu em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, em 1957, possivelmente com a introdução de material vegetal contaminado da Ásia. Hoje, a doença é endêmica naquele continente. Conforme informações técnicas do Fundecitrus, entidade que reúne produtores e fabricantes desde 1997, a bactéria disseminam-se de maneira fácil e a contaminação acontece por mudas, material de colheita e veículo, que transmitem a bactéria ao pomar. Contagiosa, a Xanthomonas sobrevive em madeiras, plástico, metal e pele.

As folhas e os frutos jovens mostraram-se mais sensíveis, já que a bactéria consegue penetrar sozinha, quando encontra condições favoráveis de umidade de calor. A situação da larva minadora dos citros, que surgiu no Brasil, em 1995, também facilita a infecção.

Os técnicos do Fundecitrus explicam que os sintomas iniciais são compostos por pequenas manchas amarelas, que aumentam aos poucos e apresentam coloração marrom no centro. Em estágio avançado, as lesões provocam o rompimento da casca, o que permite a entrada de outros microorganismos acelerantes da podridão.

Já nas folhas, os sintomas surgem dos dois lados. As lesões são salientes e, normalmente, mostram um anel amarelo ao redor. Nos ramos, os sintomas são de cor parda, também salientes.

Sabe-se que o cancro cítrico não tem controle químico conhecido. Exatamente por isso, o combate consiste em erradicação de árvores contaminadas e de todas as demais num raio de 30 metros. Mais: os pomares contaminados não podem comercializar a produção, até o final da fiscalização.

O conselho do Fundecitrus é que os produtores adotem todas as medidas de prevenção, entre junho e janeiro, e da fruta temporã.

A preservação do cancro cítrico consiste em determinadas medidas, como:
* Mudas sadia – comprar somente de viveristas conhecidos e que adotem medidas preventivas contra pragas e doenças,
* Material de colheita – ter material próprio, como caixas, sacolas e escadas. Se os equipamentos não forem da propriedade, desinfetar com material bactericida quaternário de Amônia, antes de usá-los.
* Trânsito – durante a colheita, aumentar a vigilância da propriedade. Evitar o trânsito de veículos e pessoas no pomar sem medidas preventivas de desinfecção,
* Veículos – usar o arco rodolúvio e pulverização com amônia quaternária ou adotar o pulverizador manual, para entrada de veículos na propriedade
* Pessoal – os trabalhadores contratados para a colheita devem fazer a desinfecção dos calçados e lavar as mãos, antes de começar a colheita,
* Bins – evitar a entrada de caminhões nas ruas do pomar durante a colheita. O ideal é construir um bin na fronteira da propriedade ou em barrancos,
* Larva Mineradora de Citros – a larva provoca ferimentos, que servem como porta de entrada para a bactéria do cancro cítrico. O correto é observar constantemente a vegetação nova e quando constatar a presença da larva, iniciar o controle,
* Quebra-Vento – o plantio de árvores de grande porte nas fronteiras da propriedade torna-se uma medida de prevenção contra o cancro cítrico e demais doenças,
* Inspeção – quando mais cedo o cancro cítrico for descoberto, menor o prejuízo para o produtor e vizinhos. Daí, a necessidade de inspeções a cada 15 dias no pomar,
* Ajuda técnica – ao menor sinal da doença, contatar o Fudencitrus ou a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mesmo que seja apenas desconfiança. Não retira do local, material sob suspeita, em hipótese alguma.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *