Há 16 anos na criação do Quarto de Milha, o Haras Fazenda Bela, do município de Capela do Alto (SP), tornou-se referência na seleção e comercialização de cavalos de corrida no Brasil. Com um total de 250 animais, sendo 100 matrizes e 150 potros, o proprietário Wellington Germano de Queiroz garante o nascimento de 70 potros por ano, dos quais todos são colocados á venda no mercado. Dessa forma, dos aproximadamente 500 exemplares negociados no País, algo em torno de 14% são originários de seu criatório. Nada mal, para quem importou, de 1983 a 1997, 85 cavalos tope dos Estados Unidos. Um trabalho de compras maciças que, desde o ano passado, ganhou freqüência esporádica, tendo em vista a qualidade genética alcançada pelo plantel. Somos conhecidos no Brasil e em todos as nações que possuem uma criação forte de Quarto de Milha. Atualmente, contamos com nível parecido com o dos norte-americanos e fornecemos para Paraguai, Bolívia, Chile e Argentina. Uma conquista árdua, demorada, porém eficiente, que, hoje, é realidade, ressalta Queiroz.
Não é para menos, pois a preocupação na escolha dos produtos, tanto no pedigree quanto na morfologia, e os intensos trabalhos de manejo, sanidade e alimentação conduziram a seleção de uma genética de ponta. Além de éguas de alta qualidade, garanhões de peso internacional passaram pela Fazenda Bela, garantindo sua excelência na criação de Quarto de Milha de corrida. Um dos reprodutores mais cobiçados que desembarcou no haras foi o Super Sound Charger, parte de um condomínio de 50 donos nos EUA, adquirindo com exclusividade por Queiroz. Depois, chegou a vez do Holland Ease, que, durante quatro anos, revezou coberturas no Brasil e nos EUA, cujos filhos, serão destaque no Leilão Golden, 99.
Em plena atividade, a sensação do momento é Ronas Ryon, vencedor clássico com 18 vitórias, recordista de 400 jardas e ganhador de quase US$ 1,8 milhão em prêmios – seus filhos já bateram mais de US$ 5,5 milhão em competições. Trata-se do principal reprodutor da fazenda, que teve sua primeira estação de monta em 1997, da qual sairão os principais produtos da safra do ano 2000. Atualmente, o animal se encontra nos EUA, pois está num esquema rotativo de coberturas que o mantém deis meses lá e seis meses aqui.
Como resultado de toda essa genética, o Haras Fazenda Bela desponta como o que mais abocanha prêmios no Jockey Club de Sorocaba. Nos últimos oito anos, liderou as estatísticas em quatro deles, como criador.
Satisfeito com as marcas na pista, Queiroz também não esconde o otimismo com o mercado de cavalos de corrida. Segundo ele, apesar do crescimento de demanda oriundo dos vizinhos do Cone Sul, 80% de sua produção ainda permanece no Brasil, encabeçada pelo Estados de São Paulo – que detém cerca de 35% do plantel nacional -, Mato Grosso do Sul, Ceará, Bahia, Pernambuco, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, 80% de sua produção ainda permanece no Brasil, encabeçada pelos Estados de São Paulo – que detém cerca de 35% do plantel nacional – Mato Grosso do Sul, Ceará, Bahia, Pernambuco, Goiás Paraná e Rio Grande do Sul. No momento, eles levam a vantagem da desvalorização do Real, mas o mercado interno continua como o maior comprador da criação nacional.
Vida própria
Diferente de outras especificidades de eqüinos, os animais de velocidade são avaliados por seu desempenho em competições. Em outras palavras, pelo retorno em prêmios que pode oferecer a seu proprietário. Fato que os situam em patamares de preço mais elevados, chegando a valores até 560 maiores que os demais exemplares de uma mesma raça. Enquanto bons leilões de Quarto de Milha de corrida apresentam média de R$ 15.000,00 a R$ 16,000,00, outros remates ficam na faixa de R$ 7.000,00 a R$ 8.000,00. Vale ressaltar que os primeiros pregões de 1999 registravam faturamento 35% a mais que os eventos realizados no mesmo período do ano passado. O motivo de tal acréscimo foi a mudança do câmbio, tendo em vista que nossos produtos são batizados pelo mercado norte-americano.
Valer lembrar, que o Quarto de Milha, linhagem de corrida, é um animal para correr, no máximo até 503 metros, o que tem contribuído muito para sua divulgação no Brasil. De acordo com Queiroz, grande parte das cidades do interior, e também dos países vizinhos, realiza competições de finais de semana em pistas curtas, o que tem elevado a procura pela raça. Por outro lado, o criador frisa que o aproveitamento de um cavalo velocista não se limita a sua carreira nas pistas – um animal de corrida começa a competir aos dois anos e para aos cinco. Além de um atleta de sucesso, o exemplar pode ser utilizado para aumentar a velocidade em plantéis médios ou nas demais modalidades, como em provas de baliza, laço e tambor.
Assim, o mercado de cavalo de corrida tem a vida própria. No Entanto, para o sucesso de uma raça, não se pode esquecer da união dos participantes, sempre procurando o fomento como item fundamental.