Negócios

Alta tributação foi um dos maiores problemas

Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Rações (Anfar), Astor Hauschild, a reivindicação mais urgente do setor refere – se à reforma tributária. ” De tão altas, as alíquotas estabelecidas para os impostos no Brasil incentivam a sonegação. Estudos no valor final dos alimentos protéicos indicam que os tributos respondem por percentuais entre 30% e 50%.” Frente a esse cenário, ele comenta que devem ser analisadas não somente as taxas aplicadas às rações, mas em toda a rede produtiva, que vai da matéria – prima aos artigos industrializados. ” A estabilização da moeda foi extremamente positiva, mas é fundamental torná – la consistente.”

Também diretor-presidente da Agribands Purina do Brasil, Hauschild avalia que a empresa conseguirá fechar o ano dentro de seu planejamento inicial, de US$ 150 milhões e uma produção aproximada de 500mil toneladas, pois apresentou crescimento de outros tipos de produtos, com cerca de 50 lançamentos, quase o dobro do ano passado. São exemplos as rações para equinos, peixes e, a sensação da companhia, a linha rural, destinada ao chamado mercado de “fundo de quintal”, para pessoas que criam animais em pequenas quantidades. Além disso, a corporação investiu mais de US$ 5 milhões em equipamentos, basicamente para incorporar novas tecnologias a seus artigos. Entrou nessa receita, a reformulação da comunicação interna entre fábrica, escritório de administração e revendas, que passou a ser feita via satélite. ” Com a finalização desse processo de informatização, que vem ocorrendo há quatro anos, fizemos a capacitação a reciclagem total de nosso pessoal”, ressalta o executivo.

Suplementação é exceção

Sem ter o que reclamar de 1998, a Tortuga aumentou o volume de vendas em 28%, o que corresponde a 10% de seu faturamento total. Uma verdadeira façanha, considerando os deslizes econômicos registrados neste ano.

De acordo com o diretor de Marketing, Guido Gatta, um dos fatos mais marcantes foi a consolidação do Projeto Boi Verde, lançando no final de 1997. Trata – se de um composto de seis minerais orgânicos de liberação controlada, que permite a produção de bovinos precoces somente a pasto. Em outras palavras, são substâncias trabalhadas bioquimicamente para que sejam melhor assimiladas pelo organismo dos animais. Como possuem alto valor biológico, multiplicam o número de bactérias de rúmen, tornando a nutrição mais eficiente. Fruto de um trabalho de mais de 10 anos, o índice de aprovação numa pesquisa feita pela empresa foi de praticamente 560.

O reconhecimento de um trabalho sério apareceu com o recebimento de 10 prêmios ao longo de ano. Concedidos por entidades de classe e pela imprensa, destaque para o Top Of Mind da Revista Rural e para a X Mostra da Associação Brasileira de Marketing Rural, na qual a Tortuga ganhou cinco troféus. Além disso, iniciou, em parceria com a Embrapa de Campo Grande, a Associação Brasileira de Criadores de Zebu e Associção Sul – Matogrossense dos Criadores de Nelore, uma prova inédita no mundo: o Teste de Desempenho do Nelore a Campo no qual bezerras e bezerros, no primeiro mês de vida, foram levados para um dos centros de experimentos da companhia, na Fazenda Caçadinha, em Rio Brilhante (MS). Para 1999, Gatta diz que a Tortuga não terá grandes novidades.

“No que se refere a produtos e projetos de ampliação de fábricas, tudo que tínhamos de fazer, desenvolvemos nos últimos dois anos. Na área de pesquisa, vamos continuar as parceiras com universidade, órgãos públicos e criadores. Nossa maior preocupação centra – se no impacto que o pacote fiscal do governo deve causar nas finanças da empresa.” Outra empresa que está comemorando seus resultados é a Premix. Isso, porque segundo o diretor Comercial Alexandre Rosa Vilela, 1998 deve representar um incremento nos negócios da corporação, totalizando um volume de US$ 20 milhões. Para atingir tal performance, houve uma reorganização na área comercial, com o objetivo de criar uma maior profissionalização da equipe, além de aumentar o número de colaboradores em cerca de 50%. ” Nosso cronograma de treinamento foi ampliado, passando de dois para quatro cursos anuais.” De acordo com ele, a exploração da área de suplemento mineral ainda está muito aquém de seu potencial real. Em seus cálculos, 40% do rebanho nacional não encontra – se efetivamento suplementado. O maior motivo? ” A falta de conscientização por parte dos produtores brasileiros não foi superada. A campanha promovida pelo Sindirações Asbram e Ministério de Agricultura deve estimular o setor.” Quando o mercado em 1999, Vilela acredita numa estabilização geral, no máximo um pequeno aumento nos volumes comercializados.

Preparada para enfrentar esse cenário, a Premix deve voltar – se à incorporação de valores humanos, tanto no departamento comercial quanto técnico, dando continuidade à sua imagem de prestadora de programas. ” O pós – venda sempre será nossa marca indispensável.”

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