No panorama geral das raças européias criadas no Brasil, o Blonde D´Aquitaine teve sua inserção na pecuária nacional há pouco mais de duas décadas, formando – se em pequenos redutos no Rio Grande do Sul. Hoje, como gostam de salientar os criadores quando o assunto é a rusticidade da raça, o Blonde saltou do Rio Grande e invadiu os demais estados do sul, passando por São Paulo, e chegando ao Centro – Oeste, onde prova sua resistência e bom desempenho a campo. A propósito, o Blonde está presente também em Roraima e tudo indica que, somados, em pouco tempo os estados do Brasil central logo terão mais criatórios que os do sul do país.
Os primeiros animais da raça Blonde D´Aquitaine chegaram ao Brasil na década de 70, mais precisamente em novembro de 1974, quando desembarcaram no Rio Grande do Sul dois machos vindos da França. Importações significativas repetiram – se nos anos seguintes, com a diferença de que não atendiam apenas ao Rio Grande.
Sucessivamente chegavam animais para criatórios de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Passada a fase inicial, as importações de animais sofreram uma desaceleração em virtude do aumento, em contrapartida, das importações de sêmen e embriões, majoritariamente da França. A raça chegou aos anos 90 com 43 criadores e um plantel nacional de 6.161 animais puros registrados (dados de 1997, da Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares). Em 98, o número de sócios chegou a 80 e os prognósticos atuais indicam um futuro promissor para a raça, principalmente no que diz respeito a esta transferência do plantel para o Centro -Oeste, utilizado para cruzamento industrial. O criatório nacional da raça se divide atualmente da seguinte maneira: o maior números de criatórios localiza – se nos estados do Sul (7% no Rio Grande do Sul, 12% em Santa Catarina e 30% no Paraná); São Paulo aparece com 17% e os estados do centro do país respondem por 32% ( sendo 7% em Mato Grosso do Sul e 20% em Goiás), além do único criatório no norte do país, em Vilhena, Roraima. Comparativamente, em 1997 foram registrados 616 animais puros de origem, contra os 129 registrados em 1993. Também comparativamente, o registro dos cruzamentos sobre controle de Genealogia (CCG) teve um aumento de 439 em 1993, para 1.830 em 1997. De todos estes números e do quadro geral dos criatórios, o que sobressai é a franca expansão do plantel da raça no Centro – Oeste do país. Isto traduz a necessidade dos pecuaristas envolvidos com cruzamento industrial em obter animais que cubram com eficiência a campo, nas condições locais.
Mãos-a-obra!
Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Blone D´Aquitaine, Antonio Fábio Ribeiro, a situação privilegiada que raça desfruta hoje já é um caminho sem volta: ” Nós esperamos um agrande expansão nacional não apenas para os animais puros mas também para os animais cruzados, produzidos para cruzamento industrial.
Quanto ao desenvolvimento da raça no Centro – Oeste, isto parece ser um caminho natural, já que o Blonde provou ser o mais adequado independente do clima, com uma grande conversão alimentar.” Ribeiro lembra ainda que algumas medidas estão sendo tomadas no sentido de acelerar a disseminação da raça por toda a região central do país. ” Nos próximos meses estaremos lançando um programa de inseminação para criadores neloristas desta região, a cargo dos núcleos de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os Criadores terão custos incentivado, orientação técnica e todo o nosso apoio. A idéia é que eles façam uma comparação com Blonde e outars raças taurinas. Tenho certeza que o Blonde vai dar bons resultados.” Estrategicamente, a associação aposta também num trabalho mais eficiente após a mudança da sede de Curitiba para São Paulo. ” Uma das nossas metas importantes é a mudança da sede para a capital paulista. Não podemos nos esquecer que São \paulo é um pólo econômico, onde moram grandes criadores, e nós não podemos negar esta realidade. Outra iniciativa será a transferência do registro para a Associação, hoje realizado pela Herd – Book Collares. Ou anida tentarmos com eles uma parceira, que seria uma boa opção. Mas o que nós queremos é um maior contato com o processo de registro, ” garante.