Seleção genética bastante apurada e tecnologia de ponta são duas características que norteiam e sintetizam a criação de gado da raça Blonde D Áquitaine realizada pela Cabanha Rosazul. Propriedade de Renato Trombini, pecuarista e industrial do setor de papel e embalagens, a cabanha tornou – se um referencial para os demais criadores da raça, devido principalmente à notoriedade alcançada por diversos animais do rebanho. Localizada no município de palmeira (PR), a Rosazul recebeu os primeiros animais da raça a partir de 1984, quando o criador adquiriu o touro Jumbocq. Pouco tempo depois foram importadas mais quatro vacas, provenientes do Canadá, fazendo com que a criação tomasse impulso, definindo os rumos do criatório. Atualmente, após uma última importação feita em 1994, de vinte matrizes francesas, o rebanho se compões de 261 animais registrados, dividindo – se num total de 180 fêmeas (100 em reprodução) e 80 machos ( dos quais 60 são bezerros com menos de oito meses de idade). No caso de Renato Trombini a opção pelo Blonde parece ter se baseado em aspectos bastantes minuciosos: ” De todas as raças européias de bovinos a Blonde D´Aquitaine é a que melhor se adapta ao calor e aos pastos rústicos dos trópicos, pois vive em condições parecidas nas regiões pedregosas dos Pirineus, na França, de onde a raça é originária. Esta rusticidade do Blonde, aliada à sua resistência aos ecto e endoparasitas, garante aos touros um belo desempenho na monta natural a campo”, analisa Trobini. A alta tecnologia da Cabanha Rosazul se traduz, por exemplo, em investimentos de peso em inseminação e transferência de Embriões. Todas as vacas são inseminadas com sêmen de touros franceses, previamente selecionados e direcionados para cada animal, analisando – se qualidades e defeitos de cada mãe. Já a transferência de embriões é responsável atualmente por 70% da produção de bezerros. No que diz respeito à expansão da raça, tendo em vista a sua utilização para cruzamento industrial nas várias regiões do Brasil central, Trombini é categórico quando justifica a escolha pelo Blonde. “Esta opção se baseia em argumentos econômicos inquestionáveis, já que a raça se destaca em fertilidade precocidade, uniformidade de produção e rendimento de carcaça. Por outro lado, as vacas são boas mães e não apresentam problemas após o parto, visto que os bezerros nascem compridos e finos, com ganho de peso imediato.” Entretanto, estes elogios e constatações tem endereço certo: o Nelore. Para Renato Trombini o Blonde e o Nelore são dois elementos cruciais para viabilizar projetos econômicos de cruzamento.
“A cruza de Blonde com Nelore proprorciona um ganho ao pecuarista de mais de duas arrobas por animal, na desmama, comparando com o Nelore. Enquanto o Nelore atinge 180 quilos aos oito meses, em média, o gado 1/2 sangue Blonde/Nelore chega a 220 – 240 quilos aos setes meses, o que gera um preço de venda superior de 20% a 30%.
Hora da Colheita
A filosofia adotada por Trombini nesse trabalho de seleção, que já conta 14 anos, fica bem evidenciado na performance do criatório em diversas exposições de peso realizadas pelo Brasil. Na feira do Paraná realizada em Curitiba no mês de outubro, por exemplo, a Cabanha Rosazul, com os prêmios que conquistou garantiu o primeiro lugar no Ranking Nacional de 98, além dos títulos de ” Tetra Campeão” de fêmeas, tendo conquistado vitórias desde 95, respectivamente com France, Heureuse, ladine e Amina. Além disso, este ano a Rosazul foi “Tri Campeã” de Melhor Criador e Expositor Nacional da raça Blonde Títulos que enchem Tromboni de orgulho: ” Estamos no caminho certo”!