Este programa foi adotado em 1981 baseado em trabalhos dos Estados Unidos, da Austrália e da Nova Zelândia, chamado de Genepool. Adaptada à realidade brasileira, a CFM começou a selecionarem todo o rebanho primeiramente as vacas que davam cria a bezerros com bom desempenho de peso na demanda. Estes animais eram levados para a São Francisco, que fica no município de Magda, em São Paulo, propriedade escolhida para ser o centro de produção do gado comercial da empresa. Neste sistema, conforme lembra Carlos Strang, sub – gerente da fazenda, todo o ano eram eliminadas 20% das vacas que apresentam os piores resultados. Este processo de concentração e eliminação durou até 1986 e um pouco de 87. A partir daí o rebanho estava em condições de ser selecionado para as outras características desejadas, através de um programa tecnicamente elaborado e com acompanhamento de veterinários especializados em seleção genética. Strang explica que o programa inicia com o agrupamento de bezerros nascidos no mesmo período e que tenham no máximo 20 dias de diferença entre si. Em geral são grupos de até 120 animais. Formados estes grupos que pertencem a mesma safra ou ano, eles passam a ser avaliados pelo de peso ao nascer, peso à desmama, ganho de peso ao ano e sobre ano. E ainda pelas características de conformação e precocidade. Para os machos ainda tem avaliação de musculosidade e perímetros escrotal e para as fêmeas, a habilidade materna. Para cada um destes u]itens é atribuído um valor padrão. Aqueles animais que superarem este valor permanecem no rebanho e no programa. Os outros, são engorda dos para o abate. Segundo o sub – gerente da São Francisco, há dois pontos que aparecem logo como vantagem. Em primeiro, a qualidade genética do rebanho vai gradativamente aumentando e em segundo, “você reduz custo porque deixa de ter no pasto animais de baixos resultados econômicos”, afirma. Outra vantagem relatada é o valor que se agrega em cada um dos animais devido a este trabalho de seleção e a carga genética que carregam. ” São animais comprovadamente melhorados para qualquer rebanho em que forem trabalhar”, afirma Strang, por isto têm um valor maior no mercado”, assegura.
Produto Principal – Atualmente a CFM controla cerca de 33 mil ventres que estão no mesmo padrão genético médio. Na São Francisco estão colocados 5 mil ventres. O trabalho realizado tem por objetivo a produção de touros comerciais que é o produto principal e que são destinados ao imenso mercado brasileiro. A garantia de qualidade da empresa está impressa em certificado especial emitido pela companhia com provação do Ministério da Agricultura. ” Tudo isto para termos um boi com cara da CFM”, esclarece o diretor presidente da empresa, Joseph Purgly. Todo o trabalho é medido de geração para geração a partir de um ranking de touros elaborado de acordo com performance de cada um nos itens já nomeados. Cada geração posterior recebe um índice marcado por DEF que significa Diferença Esperada na Progênie. A DEP vai sempre indicar o quanto a mais aquela animal possui na característica analisada, sobre a média do rebanho contemporâneo. Assim o criador pode adquiri um touro a partir das características que ele deseja ver melhorada em seu rebanho. “É como no gado leiteiro, onde escolhem o touro para determinada vaca porque se quer melhorar a quantidade de proteína, por exemplo”. A diferença é que no gado de corte se quer melhorar outras característica que são específicas para esta atividade, como o ganho de peso, por exemplo. Então, conforme diz no catálogo de touros com DEP para peso ao desmame de + 4,0 Kg e ganho de peso ao sobreano de + 3,0 Kg, terá um total de + 7,0 Kg na sua progênie ao sobreano. Por isto que a partir da análise destes dados, o criador pode tranqüilamente projetar os ganhos do rebanho de forma quase perfeita, evitando os métodos antigos nos quais simplesmente se analisavam a fenotipia dos animais. Para se Ter uma idéia, este rigoroso trabalho de seleção da CFM tem proporcionado hoje índices de natalidade de 84% e a mortalidade até a desmama em torno de 3,5%.
Buscando a perfeição – A pressão para melhorar os resultados é tão forte que hoje a CFM está empenhada em quebrar outro paradigma da criação do Nelore: a precocidade.
A empresa vem trabalhando para conseguir um maior número de fêmeas aptas para o início da vida reprodutiva aos 14 meses. Para isto sempre adequa o acasalamento com touros que proporcionem bezerros pequenos a fim de evitar a distoxia. Este trabalho já mostra resultados. A CFM possui um bom percentual de Fêmeas reproduzindo nesta idade. Este trabalho já mostra resultados. A CFM possui um bom percentual de fêmeas reproduzindo nesta no qual quem não atinge o objetivo está eliminado. Por serem animais jovens e porque o volume de expressivo, eles ainda permitem a permanência no grupo, de vacas que ficam vazias na Segunda cria. “Mas dentro de pouco tempo isto não vai acontecer mais”, afirma, acrescentando que mesmo na pecuária é para ser economia estão buscando a eficiência na produção para ser economicamente viável. “Se todos os setores da economia estão buscando a eficiência na produção a fim de aumentar a rentabilidade e o lucro porque nós iremos agir diferente?”, pergunta.