Pecuária

Parasitas – controle evita infestações

Em algumas regiões do país, a incidência de carrapatos e outros ectoparasitas quase chega a tornar a atividade pecuária inviável, tamanho é o estrago que pode fazer tanto na produção de leite como na de carne. Considerados por muitos, o inimigo “número 1” da pecuária extensiva, o carrapato exige dos criadores não só um pesado combate quando os níveis de infestação se encontram bastante elevados, mas principalmente um controle sistemático do problema justamente para evitar que ele atinja dimensões capazes de provocar prejuízos consideráveis no negócio. “Num ano perdemos entre 25 a 50 quilos por animal, mesmo utilizando carrapaticida na fase de maior infestação”, lamenta Hélio Dutra, que mantém cerca de 1.000 cabeças de gado nelore e anelorado em regime de pasto no Mato Grosso. “Um período prolongado de chuvas em 96 ocasionou um aumento repentino nos níveis de infestação e ficou difícil dar conta do problema”.

Disposto a evitar que a história se repetisse, Dutra partiu então para um trabalho preventivo. “Fomos atrás de um profissional que, analisando as características da região e o risco potencial de infestações, indicou um produto adequado e uma rotina de aplicação mais eficiente que, evitando desperdícios, baixou a níveis insignificantes a ação dos carrapatos em nosso rebanho”, garante.

O criador ratifica a importância de se buscar um acompanhamento técnico para se proceder no combate ao parasita. “Muitas vezes, um produto aparentemente mais caro pode representar economia e melhor resultado final, desde que sejam respeitados dosagens e os intervalos de re-aplicação. E o técnico é a pessoa mais indicada para definir qual o melhor procedimento”.

Inimigo Público

Dados mostram cerca de 1/3 do rebanho brasileiro sofre perdas, em maior ou menor grau, pela ação dos carrapatos, embora estes não sejam os únicos ectoparasitas a provocar estragos no pasto. Assim, novos produtos disponíveis no mercado oferecem combate e controle de uma série de parasitas, como o berme, a bicheira e a mosca- do- chifre entre outros. Entre os mais populares hoje no mercado estão o Ec-tox*CE15%, da Schering e o Top-Line, da Merial.

“Utilizar apenas um produto para todos os principais ectoparasitas, tem várias vantagens, entre elas, redução no trabalho de aplicação e uma diminuição também no estresse dos animais, que são recolhidos menos vezes a mangueira. Tudo isso representa economia”, contabiliza Hélio Dutra. Outro criador que realiza um programa de cruzamento industrial, só que no Mato Grosso do Sul, é o Paraense Jayme Möler, da Fazenda Charrua. Para garantir o resultado desse trabalho, Möler aplica ectoparasiticida até mesmo em vacas ½ sangue, usadas como receptoras. “Fazendo isso conseguimos outras vantagens, já que, após a transferência, a receptora vai para o pasto e só volta a mangueira entre 45 a 60 dias depois, para o toque”. O criador não vê exagero nisso, “Tudo que pudermos fazer para melhorar os resultados temos que fazer. Além disso, 2% a mais que conseguimos no índice de prenhez já cobre com folga o custo de aplicação do produto”.

Jayme Möler ressalta a época em que começou este controle intensivo, um período de muita chuva e calor, com pasto abundante, quando a infestação destes ectoparasitas costuma ser maior.

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