Quem vem buscando essa saída para dar maior competitividade aos seus produtos garante que o investimento feito para “poupar a dona de casa de limpar e cortar verduras” compensa largamente. É o caso, por exemplo, da Lotus Alimentos Práticos, de Porto alegre, RS, que quando abriu em julho de 95, imaginava ser fornecedora apenas de hotéis e restaurantes.
A grande mudança veio quando a cadeia de pizzaria norte-americana, Pizza Hut da cidade decidiu trocar de fornecedor para os legumes e também a salada Garden, e a empresa foi a vencedora da concorrência. A partir daí ficou mais fácil abrir as portas dos supermercados, restaurantes e hotéis.
Segundo Marcelo Westphalen, diretor de marketing da empresa, este mercado tem um grande potencial de crescimento. Na linha de produtos, eles colocam ao consumidor a possibilidade de comprar cenoura inteira ou ralada, pimentão, batata doce, repolhos verde e roxo cortados, tomate cereja, espinafre, couve, aipim, em uma embalagem especial com todos os legumes necessários para se fazer um sopão. Acrescenta no cardápio pratos prontos de saladas preparadas sob orientação de uma nutricionista. Todos os produtos são embalados a vácuo para aumentar seu tempo de duração.
Para toda esta operação ele conta com um cadastro de fornecedores fixos de quem compra 80% do que consome. O restante vem do Ceasa, localizado há pouco mais de 5 km da sede da empresa. O trabalho de seleção destes fornecedores foi bastante árduo, segundo Marcelo. Para ele, o maior problema foi a regularidade da entrega e da qualidade do produto. “Foi difícil estabelecer um pedrão de legumes e verduras que nos desse um rendimento adequado e depois, convencer o produtor desta nossa necessidade”, afirma o empresário.
Novo Mercado – O crescimento deste setor e certa forma é responsável por uma certa alteração no consumo e um alívio para o produtor de hortifrutigranjeiros. Com mercados deste tipo ele passa ter cada vez mais garantia de colocação dos seus produtos. “E isto está chamando a atenção, eu creio, porque recentemente recebi uma proposta de um grupo de produtores que gostariam de se tornar fornecedores fixos e queriam saber quais o padrão de produto que eu precisava”, relata Marcelo.
Este grupo resolveu contratar um agrônomo para que lhes dessem orientações a fim de produzirem os legumes e as verduras que a empresa precisa. Para os dois lados representa um bom caminho uma vez que caberá aos produtores a tarefa de produzir, mas com a certeza de colocação da mercadoria. E a Lotus tranqüilidade de ter matéria prima permanentemente no padrão que necessita. “Hoje produzimos grande quantidade e não podemos nos dar ao luxo de perder produção por causa de produto fora das condições, então, esse tipo de parceria é bastante positivo”, ressalta.
Marcelo lembra que 70% do faturamento são dos produtos colocados em supermercados e é a área para empresa que mais cresce. “Acho até que não é mais uma tendência e sim uma certeza. O mercado consumidor de single, casais sem filhos, ou de quem não tem tempo para fazer uma salada, mesmo que um molho de cenoura custe menos que o pronto é cada vez maior, projetando para todos que atuamos no setor, nós e os produtores, um futuro bem promissor”, finaliza.