Segundo a pesquisadora da Embrapa Agrobiologia Johanna Dobereiner
seria possível economizar 150 milhões de dólares
por ano nos canaviais do País, com a não utilização
de 240 mil toneladas de nitrogênio hoje utilizadas como
adubo. Essa economia pode ser feita de modo simples; basta
os produtores utilizarem a fixação biológica
de nitrogênio, como foi feito há anos com a cultura
da soja.
Johanna liderou a equipe de pesquisadores brasileiros da Embrapa
que desenvolveu estirpes de bactérias adaptadas a solos
brasileiros para inoculação em sementes de soja
e que permitiu eliminar a adubação nitrogenada
e deixar de gastar US$ 1,5 bilhão por ano, além
de também preservar o meio ambiente.
A fixação biológica de nitrogênio
na cana-de-açúcar faz parte de um elenco de
tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. A equipe da Embrapa
Agrobiologia identificou que duas variedades de cana, a CB
15-3 e a SP 7011-43, são apropriadas para inoculação
pelas bactérias que fixam o nitrogênio do ar
na planta. A aplicação dessas tecnologias em
8 mil ha, na região de Campos-RJ e no Estado de Pernambuco,
já está evitando despesas de US$ 400 mil por
ano, sem perda de produtividade.
Os primeiros estudos feitos pela pesquisadora se concentraram
na busca de bactérias fixadoras de nitrogênio
(diazotróficas), associadas à rizosfera e à
superfície das raízes. Essas bactérias
foram encontradas no interior das raízes, colmos(caule)
e folhas da cana. Ao serem inoculadas nas mudas de cana, as
bactérias espalham-se por dentro da planta, colonizando
caules e folhas. Isso permite que a cana absorva mais nitrogênio
do ar, dispensando substâncias químicas.
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