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UM ZEBU SEM MEDO DO FRIO!
rev 92 - outubro 2005

Trazidos primeiramente para a região Sudeste, logo esses animais se mostraram rústicos e de grande adaptabilidade a cria extensiva. Por esse motivo, não demorou muito para que o zebu ganhasse as fronteiras pelos nos quatro cantos do país.

Atualmente, mais de 80% do rebanho bovino brasileiro, tanto de corte como de leite é formado por animais frutos de cruzamento entre raças zebuínas. Tradicionalmente, as regiões, Sudeste, Centro Oeste, Norte e Nordeste, concentram a maior quantidade do rebanho. Entretanto, nos últimos 5 anos, o crescimento registrado nos rebanhos de raças zebuínas nos estado da região Sul tem sido grande. As raças Brahman, Nelore, Guzerá, Tabapuã e Gir e Gir leiteiro, começaram, há pouco mais de 20 anos, a conquistar seu espaço num mercado, antes, dominado pelas raças européias, animais com características físicas e de comportamento, totalmente diferentes do zebu.

Dados do núcleo gaúcho de criadores de zebu, mostra que a média de crescimento anual no número de registro das associações gira na casa dos 50% e o rebanho atual já ultrapassa os 24 mil animais. Valdir Ferreira Rodrigues, presidente do Núcleo Gaúcho de Criadores de Zebu, chama atenção para esse fato das raças zebuínas estarem presentes na principais exposições pecuárias da região Sul. Segundo ele, o gado zebuíno tem um papel fundamental no cruzamento industrial da região, e é a isso que ele atribui tamanho sucesso. Em vista às exposições de Santa Catarina e Paraná, o criador disse ter se surpreendido com a quantidade de animais de argola e, principalmente, com o número de novos criadores.

Pedro Eloi Scalco, criador de Brahman na região de Alecrim, RS e vice-presidente do núcleo, mantém um plantel de 600 cabeças de animais PO, genética importada da Argentina. Sobre o mito de que no Sul só é possível criar raças européias, Scalco fala que na sua região, durante parte do ano, o clima é extremamente seco e quente. Por esse motivo o Brahman se adaptou muito bem. Na parte do manejo, ele diz que os animais são mantidos da mesma forma que nos estados de Minas Gerais ou São Paulo, por exemplo.

Fabiana Velásquez Marafiga, médica veterinária e filha de um criador tradicional de Nelore na cidade de Santa Maria, região central do estado, conta que, para formar o plantel da fazenda seu pai viajou pelos estados de SP, MG, PR, e RS, comprando genética de qualidade superior. Já Maria Jaci Bitencurt, criadora de gado Tabapuã, no município de São Francisco de Assis, a capital gaúcha do zebu, lembra que montou seu plantel, priorizando na seleção animais com padrão frigorífico. A fazenda Água Milagrosa, na cidade de Tabapuã, SP, berço da raça serviu como principal fontes de material genético. ´´O Tabapuã é rústico, precoce, tem ótimo acabamento de carcaça e uma adaptabilidade fantástica ao Sul do país. Por isso nós criamos``, afirma a criadora.


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