Trazidos primeiramente para a região Sudeste, logo
esses animais se mostraram rústicos e de grande adaptabilidade
a cria extensiva. Por esse motivo, não demorou muito
para que o zebu ganhasse as fronteiras pelos nos quatro cantos
do país.
Atualmente, mais de 80% do rebanho bovino brasileiro, tanto
de corte como de leite é formado por animais frutos
de cruzamento entre raças zebuínas. Tradicionalmente,
as regiões, Sudeste, Centro Oeste, Norte e Nordeste,
concentram a maior quantidade do rebanho. Entretanto, nos
últimos 5 anos, o crescimento registrado nos rebanhos
de raças zebuínas nos estado da região
Sul tem sido grande. As raças Brahman, Nelore, Guzerá,
Tabapuã e Gir e Gir leiteiro, começaram, há
pouco mais de 20 anos, a conquistar seu espaço num
mercado, antes, dominado pelas raças européias,
animais com características físicas e de comportamento,
totalmente diferentes do zebu.
Dados do núcleo gaúcho de criadores de zebu,
mostra que a média de crescimento anual no número
de registro das associações gira na casa dos
50% e o rebanho atual já ultrapassa os 24 mil animais.
Valdir Ferreira Rodrigues, presidente do Núcleo Gaúcho
de Criadores de Zebu, chama atenção para esse
fato das raças zebuínas estarem presentes na
principais exposições pecuárias da região
Sul. Segundo ele, o gado zebuíno tem um papel fundamental
no cruzamento industrial da região, e é a isso
que ele atribui tamanho sucesso. Em vista às exposições
de Santa Catarina e Paraná, o criador disse ter se
surpreendido com a quantidade de animais de argola e, principalmente,
com o número de novos criadores.
Pedro Eloi Scalco, criador de Brahman na região de
Alecrim, RS e vice-presidente do núcleo, mantém
um plantel de 600 cabeças de animais PO, genética
importada da Argentina. Sobre o mito de que no Sul só
é possível criar raças européias,
Scalco fala que na sua região, durante parte do ano,
o clima é extremamente seco e quente. Por esse motivo
o Brahman se adaptou muito bem. Na parte do manejo, ele diz
que os animais são mantidos da mesma forma que nos
estados de Minas Gerais ou São Paulo, por exemplo.
Fabiana Velásquez Marafiga, médica veterinária
e filha de um criador tradicional de Nelore na cidade de Santa
Maria, região central do estado, conta que, para formar
o plantel da fazenda seu pai viajou pelos estados de SP, MG,
PR, e RS, comprando genética de qualidade superior.
Já Maria Jaci Bitencurt, criadora de gado Tabapuã,
no município de São Francisco de Assis, a capital
gaúcha do zebu, lembra que montou seu plantel, priorizando
na seleção animais com padrão frigorífico.
A fazenda Água Milagrosa, na cidade de Tabapuã,
SP, berço da raça serviu como principal fontes
de material genético. ´´O Tabapuã
é rústico, precoce, tem ótimo acabamento
de carcaça e uma adaptabilidade fantástica ao
Sul do país. Por isso nós criamos``, afirma
a criadora.
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