Algodão
Com
o encerramento da colheita num ritmo mais acelerado, conseqüentemente
houve o ingresso em maior volume de produto 'novo' no mercado,
promovendo um maior equilíbrio entre oferta e demanda,
tendo, como resultado, a estabilização das cotações
no mercado físico. Com os setores têxtil e tecelagem
razoavelmente abastecidos, os preços do produto em
caroço não registraram qualquer oscilação
num período de 30 dias, fechando julho em R$ 13,60,
por arroba, com os produtores recebendo à vista nas
regiões de Paraná e São Paulo.
No mercado futuro, as expectativas estão presas às
medidas a serem adotadas pelos Estados Unidos em atendimento
às determinações da OMC sobre os subsídios
concedidos aos cotoniculotres norte-americanos. Também
são levadas em conta as discrepâncias entre as
estimativas da Conab (safra de 1,17 milhão/t) e as
dos agentes de mercado (1,1 a 1,2 milhão). Com isso,
as cotações do produto em pluma mostram ligeiras
oscilações para cima, com as entregas de outubro
fechando em US$ 0,50 por libra-peso, com o valor do dólar
previsto em R$ 2,42, no período.
Arroz
A
safra generosa de arroz traz problemas aos agricultores gaúchos.
A mobilização da categoria continua e não
se descarta a possibilidade da montagem de barreiras nas estradas
de acesso ao Brasil, visando impedir a entrada do produto
argentino e uruguaio. A propósito, o governo do Rio
Grande do Sul e o presidente do Uruguai, vão discutir
a elevação da tarifa de entrada cobrada sobre
o arroz (TEC) no Mercosul. A taxa, hoje, está em 12%
e a intenção é eleva-la para 35%, principalmente
devido à importação de arroz dos Estados
Unidos e da Tailândia.
Paralelamente, no mercado físico, o fim da colheita
amplia o volume de oferta e isso faz com que os preços
sejam pressionados para baixo. É o que acontece com
os produtores gaúchos que, em 30 dias, registraram
perdas de 5,6%, ao receberem, pela saca de 50 kg, R$ 18,67,
num prazo de até 14 dias. Em São Paulo, a Bolsa
de Cereais divulgou que o fardo de 30 kg era comercializado
por R$ 29,00, com o mercado considerado calmo. Já o
IEA aponta negócios realizados por R$ 32,00 a saca
de 60kg, no atacado.
Feijão
Técnicos
da Secretaria da Agricultura do Paraná anunciam uma
redução na colheita final do feijão,
neste final de safra de inverno. A produção
estimada em 640 mil toneladas, não deverá ultrapassar
550 mil. Com isso, o Estado perde a hegemonia nacional para
Minas Gerais. Esse anúncio, entretanto, teve pouca
influência no comportamento do mercado que, aliás,
mostra-se bem abastecido ou, pelo menos, com bom equilíbrio
entre oferta e demanda. Tanto é que, nos últimos
30 dias, o produto registrou 6% de queda nas cotações,
que fecharam em R$ 100,00, por saca de 60 kg, com os produtores
de Paraná e São Paulo sendo pagos num prazo
de até 10 dias. No atacado, o IEA também aponta
queda de 4%, com a saca de 60 kg do produto sendo negociada
a R$ 120,00, em São Paulo.
Café
Clima
desfavorável, tratos culturais reduzidos e a bianualidade
da lavoura (menor produtividade), seriam alguns dos obstáculos
que ajudariam a puxar os preços do café para
cima. No entanto, isso não ocorre, pelo menos no físico.
Neste contexto, as previsões são no sentido
de que a oferta para consumo será apertada e a quebra
poderá ser mais forte que o imaginado, pois as chuvas
que ocorreram em algumas regiões permitiram uma maturação
desigual no fruto. Diante desse quadro, os cafés considerados
finos (arábica) registraram uma queda de 2,5% nas cotações
e fecharam em R$ 261,60, na média, para os vários
tipos de bebida. Os produtores de Minas Gerais, Paraná
e São Paulo, eram pagos em até 7 dias. O conillon
era cotado a R$ 143,00 a saca, no Espírito Santo.
No mercado futuro, os fatores condicionantes na formação
de preços são a quebra nas safras do Vietnã
e da Colômbia, em âmbito mundial que, em linhas
gerais, permitem ligeiras oscilações positivas
nas cotações que, na BM&F fecharam em US$
138,00/saca, para entrega em setembro próximo. O valor
do dólar está previsto em R$ 2,40, no período.
Boi
O
baixo consumo e a necessidade de o pecuarista fazer caixa,
liberando animais para o abate, são dois fatores que
pressionam os preços da arroba para baixo. Nem mesmo
as exportações, que mostram crescimento, conseguem
segurar a queda nas cotações que acontece em
baixos patamares, mas sem desvio de rota. A CNA-Confederação
Nacional de Agricultura e o Cepea divulgaram os resultados
de um estudo conjunto mostrando que os valores recebidos pelos
produtores caíram 10% no primeiro semestre. Também,
as escalas de abate deixam claro que os frigoríficos
estão numa situação confortável,
pois as operações acontecem a cada 7 ou oito
dias. Com isso, o físico cotou a arroba em R$ 52,00,
neste final de julho, com pagamento em até 25 dias,
para o boi rastreado. O não rastreado era cotado para
R$ 50,00 por arroba. O IEA aponta negócios a R$ 50,00/
arroba, em Andradina (SP).
Nos negócios futuros, os indicadores mostram trajetória
de declínio, levando os agentes a uma intensa corrida
para garantir preços, inclusive confinadores. Outro
fato que contribui para movimentação leve dos
preços é o crescimento de apenas 0,31% no PIB
brasileiro, no primeiro trimestre. Esse contexto de estagnação
freia o consumo das famílias e, por extensão,
a demanda por carne bovina. Neste cenário, os leilões
da Bm&F mostram tendência "leve" de alta,
com os preços fechando julho em R$ 57,40/arroba, para
entregas em setembro próximo.
Frango
Um
levantamento do IEA/Cati constata que a produção
avícola do Estado de São Paulo ficou em 1,12
milhão de toneladas de carne de frango, em 2004. Esse
volume é resultado do abate de 529,2 milhões
de cabeças, 6,8% superior ao realizado no ano anterior.
O rebanho avícola paulista é estimado em 154,1
milhões de cabeças.
No físico, o setor, se não encontrou o patamar
ideal, achou o ponto de equilíbrio adequado entre a
oferta e a procura. O escoamento controlado da produção
tem permitido que os valores não sejam alterados e
permitem que as cotações fechem o mês
de julho em R$ 1,40, por quilo vivo de ave. Os produtores
eram pagos em até 12 dias.
Suínos
A
suinocultura paulista está conseguindo reverter a tendência
de queda dos últimos anos. Segundo levantamento do
IEA/Cati, o rebanho efetivo, em 2004, bateu em 1,45 milhão
de cabeças, com acréscimo de 7,3%, em relação
a 2003. Em termos de abate, ano passado, 1,54 milhão
de cabeças foram encaminhadas aos frigoríficos,
resultando num aumento de 3,78% na produção
de carne, que atingiu a casa das 139 milhões de toneladas.
Esse quadro tem conseguido manter uma certa estabilidade na
oferta e um equilíbrio com a demanda, a ponto de estabilizar
os preços recebidos pelos suinocultores que, em julho,
fecharam na casa dos R$ 43,00 por arroba, com pagamento em
até 10 dias.
Milho
Nem
mesmo a confirmação de uma safra menor (somadas
as duas colheitas, o volume total deverá ser de 35
milhões/t), e a perspectiva de uma importação
em torno de 4 milhões de toneladas, segundo previsão
do ministro Roberto Rodrigues, conseguem sustentar as cotações
do milho. Em 30 dias, fechados em 1/8, o produto registrou
queda acumulada de 2,6%, fechando julho na casa dos R$ 15,70,
por saca de 60 kg, no físico. Os produtores de Goiás,
Paraná e São Paulo, eram pagos à vista.
No mercado futuro, as análises levam em conta a quebra
da safrinha (28%, segundo a Conab), e o comportamento da lavoura
no Paraná, além de uma redução
na área plantada. Todo este cenário fez com
que os ritmo dos leilões da BM&F demonstrassem
inclinações para quedas nas cotações,
sobretudo para as entregas de setembro próximo, "a
mais afetada". Para as entregas de novembro, os pregões
sinalizam uma reversão, pois os valores se fixaram
em R$ 22,50 por saca de 60 quilos, refletindo um ajuste entre
oferta e demanda.
Soja
Os
produtores de soja, ao que tudo indica, ainda mantêm
volume significativo da oleaginosa em estoque. Um fato que
comprova essa retenção é a quantidade
exportada em junho último, que chegou aos 4,2 milhões
de toneladas. Essa estocagem ocorre na busca por melhores
preços e está dando certo, pois, em julho último,
as cotações do produto fecharam em R$ 29,50,
por saca de 60 kg, acumulando um ganho de 7,5%, em 30 dias.
Os sojicultores de Goiás, Paraná e São
Paulo recebiam à vista.
No mercado futuro, as atenções estão
presas ao comportamento do plantio norte-americano, sobretudo
no quesito clima, pois a lavoura está em fase de florescimento
e enchimento das vagens. Também os dados divulgados
pelo USDA sobre a área plantada mostram uma extensão
menor que a prevista inicialmente. A lavoura ocupa 29,7 milhões
de hectares. Em termos de produção, o Departamento
de Agricultura prevê uma colheita de 78,7 milhões
de toneladas, 8,7% menor que a anterior. Com esse quadro,
os pregões da BM&F cotaram em US$ 15,25/saca, para
as entregas de setembro, com previsão de R$ 2,40 para
o valor do dólar, no período.
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