Esse total de 9.171 ton., até o dia 30 de junho, sinaliza
um crescimento de 18%, na comparação com o mesmo
período de 2004. Um número que ilustra bem essa
linha de crescimento é o montante acumulado somente
no mês de junho, quando foram entregues 1.850 ton. de
embalagens, nas 42 centrais de recebimento espalhadas pelo
país.
POR
MÁRCIO MINGARDO
Os
produtores do Paraná são os líderes no
ranking nacional da consciência ecológica. Os
números do primeiro semestre deste ano na região,
mostram um volume aproximado de 1.984 ton. , valor 13% maior
que o registrado no mesmo período de 2004, quando foram
processadas 1.751 ton. Os agricultores do Mato Grosso, segundo
estado em devolução, destinaram 1.946 ton.,
valor 10% maior. O estado de São Paulo, que inaugurou
recentemente uma central no município de Mogi Guaçú,
SP, destinou 1.306 toneladas.
Dentro desse contexto alguns estados merecem destaque por
apresentar altos índices de crescimento, quando comparados
os volumes de embalagens devolvidas, no primeiro semestre
de 2005 e de 2004. Pernambuco é hoje, o primeiro estado
em crescimento com um volume 60,6% maior que no ano passado,
pulando de 50 para 80,7 toneladas. Os produtores gaúchos
são responsáveis por um crescimento de 55,4%
no número de embalagens devolvidas, passando de 572
para 800 mil toneladas de embalagens. E, Santa Catarina apresentou
aumento de 53,4%, pulando de 146 para 224 toneladas.
João César Rando, diretor presidente do Inpev
fala que, com a devolução de 14.825 toneladas
de embalagens em 2004, os agricultores brasileiros situaram
o Brasil como líder mundial na destinação
final de embalagens vazias de defensivos agrícolas.
Segundo ele, o país devolve mais embalagens do que
30 países juntos, somando nações da América
Latina, Europa, América do Norte e Austrália.
Ao todo foram 13.440 toneladas devolvidas por estes países
ao longo do ano``, enfatiza.
Lei
Federal deu origem ao programa de reciclagem
O
programa de destinação final de embalagens vazias
de agrotóxicos, tem no Inpev, seu principal órgão
gestor e conta com o apoio do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, MAPA, atendendo às
determinações da lei federal 9.974 de junho
de 2000. De acordo com presidente da entidade, o programa
de destinação final de embalagens vazias de
agrotóxicos teve origem no início da década
de 1990, quando a indústria fabricante de produtos
fitossanitários através da ANDEF - Associação
Nacional de Defesa Vegetal, começou a procurar uma
solução definitiva para os resíduos gerados
pelas embalagens vazias dos defensivos agrícolas comercializados.
Na época uma estação piloto de recebimento
de embalagens foi construída em Guariba e foi firmado
um convênio com uma pequena indústria de reciclagem
localizada em Louveira, SP. Assim, após a instauração
da lei federal, em junho de 2000, foi criado o Inpev - Instituto
Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, que entrou
em funcionamento em março de 2002. Até então,
o instituto tinha o apoio de 22 empresas produtoras de defensivos
agrícolas. Este número de empresas associadas
aumentou consideravelmente se comparado o início do
funcionamento do programa com os dias atuais. Hoje são
61 associadas (54 empresas e 7 entidades de classe).
Adesão
foi gradativa mas crescente
Como
conseqüência do investimento realizado por parte
da indústria, governo federal e do próprio produtor
rural, os números de recebimentos crescem a cada ano.
Em 2002, foram 3.800 toneladas devolvidas e em 2003 este número
passou para 7.800 toneladas. Ao final de 2004, os agricultores
devolveram 14.825 toneladas de embalagens de agrotóxicos.
E essa curva continua apontando para cima. No primeiro semestre
de 2005, já foram processadas 9.171 toneladas de embalagens,
índice 18% maior do que o atingido no mesmo período
do ano anterior. Certamente a evolução destes
números decorrem do aumento de consciência sobre
o assunto por parte do produtor rural (como resposta às
campanhas lançadas pelo Inpev em parceria com o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e também
se deve ao aumento na malha de recebimento, que passou de
34 unidades no início das atividades para 342 hoje,
em todo o Brasil.
Segundo o presidente do Inpev, o aumento dos índices
de devolução é uma soma de diversas ações.
Para ele, a questão legal também contou muito,
mas, com o tempo, o agricultor foi percebendo todos os benefícios
que o ato de devolver as embalagens pode trazer, tanto para
a saúde humana quanto para o ambiente, alerta. Outro
ponto está relacionado ao aumento das unidades de recebimento,
o que facilita a devolução das embalagens. O
agricultor tem onde devolver as embalagens, com isso esvazia
sua propriedade, problema que há pouco não tinha
solução, e colabora com o meio ambiente e sua
saúde.
Além disso, outro fato importante está relacionado
com a lavagem das embalagens. Noventa e cinco por cento das
embalagens são laváveis, e, para que o agricultor
devolva estas embalagens é necessário que realize
a tríplice lavagem ou lavagem sob pressão no
momento do preparo da calda. Este ato, além de possibilitar
a reciclagem das embalagens, economiza produto, aproveitando
todo o conteúdo do recipiente. "O trabalho do
Inpev é contínuo e reúne todos os agentes
do agronegócio, ou seja, agricultores, canais de distribuição,
indústria e poder público", ressalta o
representante máximo da entidade.
Agora cabe aos agricultores, a responsabilidade de lavar e
devolver as embalagens nas unidades de recebimento que foram
indicadas na nota fiscal de compra. Além disso, os
canais de distribuição têm a responsabilidade
de disponibilizar e gerenciar as unidades de recebimento,
além de emitir o comprovante de devolução
de embalagens e ajudar na educação e conscientização
do agricultor. A indústria, através do Inpev,
tem o papel de realizar a logística destas embalagens
(entre postos e centrais de recebimento e entre centrais e
o destino final das embalagens: reciclagem ou incineração),
encontra possibilidades de destino final de embalagens, além
de educar e conscientizar o agricultor. O poder público
por sua vez licencia, fiscaliza, educa e conscientiza o agricultor
quanto às suas responsabilidades. Assim, todos estes
elos devem concentrar seus esforços e direcionar o
seu trabalho para o objetivo comum.
Divulgação
na mídia deve continuar
Até
o final do mês de agosto continuará a ser veiculada,
em todos os canais de televisão do país, a campanha
de educação para agricultores "A Natureza
Precisa de Você", lançada pelo Inpev e pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
que, em sua segunda etapa (Devolva-me) aborda procedimentos
de devolução das embalagens. As embalagens recebidas
podem ter dois destinos finais: reciclagem ou incineração.
Atualmente existem 16 artefatos produzidos através
do material destas embalagens, como conduíte, cordas,
embalagem para óleo lubrificante, madeira plástica,
barricas de papelão, economizadores de concreto, tampas
para embalagens de agrotóxicos, caixa para fiação
elétrica, sacos plásticos para lixo hospitalar,
entre outros.
Além do incentivo a reciclagem, o sistema gera empregos
direta ou indiretamente para mais de 2.500 pessoas, desde
os funcionários contratados para operar as Unidades
de Recebimento em todo País, até os trabalhadores
da área de reciclagem e incineração nas
empresas cadastradas pelo Inpev, passando pela participação
de pessoas envolvidas nas diversas etapas do sistema, como
transporte especializado de embalagens, operação
logística e fiscalização das condições
de segurança ambiental.
EMPRESA
USA ARTE PARA EDUCAR CRIANÇAS E JOVENS A PRESERVAR
A NATUREZA
É
crescente a participação da iniciativa privada
no desenvolvimento de ações conjuntas com os
órgãos estatais, no sentido de fomentar um manual
de boas práticas agrícolas. O papel social de
várias empresas do agronegócio está mudando
a realidade de muitas cidades, no interior do país.
Um exemplo que ilustra essa preocupação na formação
das futuras gerações de produtores rurais é
mantida pela FMC Agricultural Products, que foi buscar, no
teatro, uma forma agradável e divertida de levar informação
para crianças e jovens, filho de produtores rurais,
sobre os bons hábitos para a preservação
da saúde e do meio ambiente.
O espetáculo "Plantando o 7" faz parte de
Programa de Atuação Responsável da empresa,
que buscou nos 7 hábitos uma forma inovadora de divulgar
e educar o homem do campo sobre as práticas de uso
dos defensivos agrícolas. Aproveitando um conceito
muito utilizado dentro das modernas corporações
pela área de gestão de pessoas, foram criados
os 7 hábitos de atuação responsável,
que, de forma simples e direta, sintetiza tudo o que o agricultor
deve fazer antes, durante e depois de utilizar produtos químicos,
como explica Maria de Lourdes Faustaíno, diretora da
área técnica da FMC.
Segundo ela, os sete hábitos desejados, seguem uma
ordem lógica do processo de utilização
correta de qualquer defensivo agrícola. A procura por
um receituário técnico, que mostre exatamente
o tipo de produto e as dosagens a serem utilizadas, consiste
num primeiro passo. O segundo passo é o transporte
desse material, da revenda, até o galpão ou
local onde ele ficará armazenado. A partir daí
a preocupação concentra-se no manuseio correto
do produto pelo produtor rural. Esse cuidado deve começar
já no preparo, quando o contato físico normalmente
ocorre. Para isso, o uso dos equipamentos de aplicação
é condição indispensável para
garantir a segurança do aplicador. E isso inclui o
uso de todos os componentes do Equipamento de Proteção
Individual, EPI. ( botas, luvas, capacete, óculos,
roupa adequada, entre outros). No pós aplicação
a recomendação está na destinação
correta das embalagens de agroquímicos para os postos
de reciclagem ou incineração, conforme manda
a Lei Federal 9.974 de junho de 2000. Além disso, como
poderia deixar de ser, existe a aplicação consciente
desses produtos, de modo que não afete o meio ambiente.
Maria de Lourdes, fala que o programa de atuação
responsável objetiva desenvolver e implementar técnicas,
visando minimizar riscos durante o processo de uso dos produtos
fabricados e/ou distribuídos pela empresa.
Só este ano, o espetáculo ´´Plantando
o 7`` já foi assistido por mais de 40 mil crianças,
nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia e Maranhão.
Também foi apresentada em eventos rurais, como Show
Rural Coopavel, de Cascavel (PR) e Expo Direto Cotrijal, em
Não-Me-Toque (RS).
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