1.
Plantas Daninhas
1.1.
Conceituação
Planta
daninha pode ser definida como toda planta cujas vantagens
não têm sido ainda descobertas ou como a planta
que interfere com os objetivos do homem (Fisher, 1973). Ashton
& Mônaco (1991) definem planta daninha como sendo
a planta que cresce onde não é desejada. Assim,
uma planta de algodão, por exemplo, é considerada
planta daninha num plantio de mamona.
1.2.
Características das Plantas Daninhas
As espécies daninhas podem germinar, crescer, desenvolver-se
e reproduzir em condições ambientais pouco favoráveis,
como em estresse hídrico, umidade excessiva, temperaturas
pouco propícias, fertilidade desfavorável, elevada
salinidade, acidez ou alcalinidade.
As plantas daninhas constituem-se, também, num problema
sério para a agricultura porque se desenvolvem em condições
semelhantes às das plantas cultivadas. Se as condições
edafoclimáticas são propícias à
lavoura, o são também para as espécies
daninhas, mas, se as condições ambientais são
antagônicas às espécies cultivadas, as
espécies daninhas, por apresentarem elevado grau de
adaptação, podem aí sobreviver e se perpetuar
muito mais facilmente. A Figura 1 ilustra o grau de incidência
de plantas daninha em área de cultivo de algodoeiro
irrigado no litoral do Rio Grande do Norte.
1.3.
Impacto das Plantas Daninhas
As
plantas daninhas reduzem a produção das lavouras
e aumentam seus custos de produção, mas podem,
também, causar problemas de ordem social afetando a
saúde, as residências, as áreas de recreação
e a manutenção de áreas não cultivadas.
Além desses aspectos, as plantas daninhas podem afetar
a eficiência da terra, o controle de pragas e doenças,
produtos agrícolas, o manejo da água na irrigação
e a eficiência humana (Ashton & Mônaco, 1991).
2.
Competição Plantas Daninhas/Plantas Cultivadas
O
algodoeiro, como qualquer planta cultivada, não se
desenvolve de maneira isolada, mas com plantas de sua espécie
e de espécies diferentes, em populações
estreitamente espaçadas e intimamente relacionadas.
Na fase de plântula, um espécime não altera
o estabelecimento de outro da mesma ou de espécie diferente.
A interferência de uma planta sobre outra se inicia
quando a demanda, por um ou mais fatores de crescimento, é
maior que o suprimento.
Período
Crítico de Competição
Denomina-se
período crítico de competição
o período no qual a presença de plantas daninhas
reduz expressivamente o rendimento das plantas cultivadas.
Laca-Buendia et al. (1979) trabalhando com algodão
em regime de sequeiro, definiram o período crítico
de competição entre as plantas daninhas e o
algodoeiro no Estado de Minas Gerais. Para o cerrado do Triângulo
Mineiro, o período crítico de competição
foi entre o plantio e a sexta semana após a emergência
(Figura 2). As espécies daninhas aí predominantes
foram: Commelina nudiflora L., Digitaria sanguinalis L. Scop.,
Althernanthera ficoidea L.r. Br. e Sida rhombifolia L. No
Norte de Minas, este período se configurou entre as
quarta e oitava semanas após emergência (Figura
2) e as espécies daninhas predominates foram: Sida
cordifollia L., Sida rhombifolia L., Merremia aegyptia L.
Urban e Ipomoea aristolochiaefolia HBK Don.
3.
Métodos de Controle de Plantas Daninhas
3.1.
Prevenção
Este
método consiste em impedir ou evitar que as plantas
daninhas sejam transportadas para áreas agrícolas
onde elas ainda não existem. É, em geral, o
meio mais prático de combate às plantas daninhas.
3.2.
Erradicação
A
erradicação consiste na eliminação
de todas as plantas e seus órgãos, inclusive
das sementes. Este método é difícil de
ser realizado, e só é economicamente viável
em pequenas hortas e jardins, onde toda massa do solo (1,2m
a 2m de profundidade) é removida ou peneirada; no caso
de plantio extensivo de culturas é quase impossível
o uso da erradicação, pois os custos seriam
bastante elevados.
3.3.
Controle
Este
é o método mais utilizado de combate de plantas
daninhas na agricultura e consiste em interromper temporariamente
o crescimento e o desenvolvimento das referidas plantas durante
o ciclo da cultura, especialmente no período crítico
de competição.
3.3.1.
Controle Mecânico
Este
tipo de controle pode ser manual, através de cultivo
a tração animal ou tratorizado.
Preparo
do solo
O
preparo do solo pode se mostrar um eficiente meio de controle
de plantas daninhas, podendo ser realizado com o solo seco
ou úmido. O aspecto mais importante neste método
é o uso correto do implemento a ser utilizado. A Figura
3 ilustra um tipo de implemento usado no preparo do solo para
o plantio do algodoeiro em área irrigada.
Controle
à enxada
A
enxada é um dos implementos mais utilizados no controle
de plantas daninhas na cultura do algodoeiro, especialmente
nos países e regiões pobres onde a mão-de-obra
é abundante e os custos, baixos. No uso da enxada,
os aspectos mais importantes a serem considerados são
a profundidade do corte e a época da capina. A profundidade
da capina deve ser o mais superficial possível, 3 cm
no máximo, para não danificar as raízes
do algodoeiro. A limpa superficial deverá ser iniciada
logo que as plantas daninhas germinem, pois nesse estágio
elas são mais susceptíveis ao controle, não
sendo necessário aprofundar a operação.
Controle
a Cultivador
O
uso de cultivador ainda é o método mais utilizado
na cotonicultura. Neste método, recomenda-se levar
em consideração, também, a profundidade
e a época de operação. Os cultivos devem
ser concentrados no período crítico de competição
e a operação deve ser iniciada após plantio,
dependendo do grau de incidência e se prolongar até
os sessenta dias da emergência. Semelhantemente ao processo
manual, o agricultor cultivará superficialmente, não
excedendo 3 cm de profundidade. Há evidências,
na literatura, de que quanto mais amplo o espaçamento,
menor a concentração de raízes em torno
das plantas e maior o entrelaçamento de raízes
nas entrelinhas (Freire & Alves, 1976). Espaçamentos
mais largos cultivos mais rasos, portanto.
Controle
Químico
Este
tipo de controle é realizado através do uso
de herbicidas que são produtos químicos que,
aplicados em concentrações convenientes às
plantas daninhas, matam ou retardam o seu crescimento em benefício
das plantas cultivadas. É o método mais empregado
na cotonicultura do cerrado. Os herbicidas podem constituir-se
num insumo de grande eficiência no controle de plantas
daninhas (Figura 4). A Figura 5 ilustra o efeito de herbicida
na dessecação da cultura de cobertura no plantio
direto em algodoeiro no cerrado goiano.
4.
Herbicidas Registrados para a Cultura do Algodão
Alachlor,
Alachlor+Trifluralin, Amônio - Glufosinato, Clethodim,
Clomazone, Cyanazine, Diuron, Diuron + MSMA, Diuron + Paraquat,
Fluazifop - P- Butil, Linuron, MSMA, Norflurazon, Oxadiazon,
Oxyfluorfen, Paraquat, Pendimethalin, Propaquizafop, Pyrithiiobac
- Sodium, Sethoxidin e Trifluralin (Rodrigues & Almeida,
1998).
Doenças
O
cerrado brasileiro, apresenta amplas condições
de clima favoráveis ao desenvolvimento de doenças
que afetam a cultura do algodoeiro. Algumas doenças
consideradas pouco expressivas nas regiões tradicionalmente
produtoras despontam no cerrado, podendo ocasionar perdas
consideráveis à produção, caso
não sejam tomadas as medidas de controle necessárias
em tempo hábil.
Principais
doenças do algodoeiro no cerrado
Tombamento
É
uma doença bastante comum e de ocorrência generalizada
em todas as áreas produtoras de algodão do cerrado,
sobretudo aquelas onde são verificados maiores índices
pluviométricos, podendo causar sérios prejuízos
ao estabelecimento da cultura, em função, principalmente,
dos efeitos sobre a redução do estande.
Os sintomas de tombamento podem ser observados logo após
a emergência das plântulas, nas folhas cotiledonares
e primárias, as quais apresentam lesões irregulares
de coloração pardo-escura. Estas lesões
também podem ser observadas no caule da plântula,
na mesma face de inserção da folha e imediatamente
abaixo do coleto. Essas lesões, ao circundarem todo
o caule, induzem o tombamento e morte da plântula. Entre
os patógenos causadores de tombamento podem-se destacar
os fungos dos gêneros Colletotrichum, Fusarium, Pythium
e Rhizoctonia, sendo este último o mais importante.
O controle da doença é feito por meio do tratamento
de sementes.
Ramulose
Doença
causada pelo fungo Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides
é caracterizada por ocasionar encurtamento dos internódios
e superbrotamento da região apical, dando aspecto de
vassoura aos ramos terminais (Figura 1). É uma das
mais importantes doenças do algodoeiro, particularmente
no cerrado. Alta pluviosidade e fertilidade do solo, temperaturas
entre 25º e 30ºC e umidade relativa do ar acima
de 80% favorecem a ação do fungo. O controle
é realizado através do uso de cultivares resistentes:
as principais recomendadas pela Embrapa são: BRS Aroeira
e BRS Sucupira.
Mancha
angular
A
mancha angular é causada pela bactéria Xanthomonas
axonopodis pv. malvacearum e caracteriza-se por apresentar
manchas foliares de formato anguloso, delimitadas pelas nervuras.
As manchas, de início oleosas (Figura 3) adquirem posteriormente,
aspecto necrótico e apresentam coloração
marrom ou parda-escura. As lesões também podem
se localizar ao longo das nervuras principais, formando uma
zona necrótica adjacente a estas; nos caules e ramos
podem ser observadas lesões deprimidas, escuras e alongadas,
podendo atingir vários centímetros de comprimento
no sentido longitudinal, enquanto nas maçãs,
lesões circulares inicialmente encharcadas de coloração
verde escuro, são formadas na parede do carpelo e posteriormente
se tornam escuras e causam a podridão das maçãs.
O controle desta doença é feito unicamente com
o uso de cultivares resistentes. O controle químico
com o uso de antibióticos é de elevado custo
e de eficiência duvidosa. As principais cultivares recomendadas
para controle são: BRS Aroeira, BRS Ipê e BRS
Sucupira.
Mancha
branca ou mancha de ramulária
Causada
pelo fungo Ramularia areola, caracteriza-se por apresentar
manchas esbranquiçadas, de formato anguloso em ambas
as superfícies foliares; sob condições
de alta umidade e ambientes sombreados, sobretudo no terço
inferior da planta pode afetar o algodoeiro ainda precoce
e ocasionar queda de folhas (Figura 4). Lesões com
as mesmas características daquelas ocasionadas nas
folhas, podem ocorrer nas brácteas; não é
comum sobre plântulas, em especial nos cotilédones,
porém quando ocorrem, os cotilédones se tornam
cloróticos e avermelhados e há queda de folhas.
Não existem cultivares resistentes, porém existem
algumas tolerantes tais como a BRS Sucupira, BRS Ipê
e BRS Aroeira. A Cultivar BRS Antares é altamente suscetível.
O controle químico em cultivares suscetíveis
deve se iniciar a partir dos 40 dias após a emergência
utilizando-se os fungicidas.
Manchas
de alternária e estefilium
Causadas
pelos fungos Alternaria sp e Stemphylium solani. Caracterizam-se
por apresentar manchas necróticas circulares no início,
evoluindo para manchas irregulares no caso de S solani e circulares
com anéis concêntricos quando ocasionadas por
Alternaria sp. São cíclicas, não obedecendo
um padrão lógico de ocorrência a cada
ano. As cultivares da Embrapa recomendadas para o cerrado
apresentam resistência a estas doenças. O controle
químico pode ser feito utilizando-se fungicidas estanhados.
Murcha
de fusarium
Doença
causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum Os
sintomas caracterizam-se pela murcha das folhas e ramos. Muitas
plantas jovens podem morrer em poucos dias após os
primeiros sintomas externos serem observados, comuns quando
as plantas encontram-se com, aproximadamente seis semanas
de idade. Algumas plantas afetadas podem sobreviver à
doença emitindo novas brotações próximas
ao solo mas, em geral, os ramos originados a partir desses
novos brotos não são produtivos. As plantas
mortas perdem todas as suas folhas e as pequenas brotações
caem, permanecendo apenas o caule enegrecido. A maioria das
plantas que não morrem, sofrem severa redução
de crescimento. Os sintomas internos caracterizam-se pela
descoloração dos feixes vasculares os quais
sofrem bloqueio impedindo a livre circulação
de água e seiva bruta para a parte aérea, induzindo
a murcha (Figura 6). A murcha de fusarium é ainda mais
severa quando ocorre associada com nematóides, especialmente
os do gênero Meloidogyne, Rotylenchus e Pratylenchus
formando o que se convencionou chamar de complexo fusarium-nematóide.
O controle desta doença é feito somente através
de cultivares resistentes. A Embrapa recomenda o plantio da
BRS Aroeira nas áreas de cerrado, sobretudo de Goiás,
onde a murcha de fusarium tem ocorrido.
Doença
Azul
É
uma doença de natureza virótica cujo agente
causal ainda não foi descrito, caracteriza-se por induzir
o encurtamento dos entrenós, o que acarreta redução
do porte das plantas (Figura 7). As folhas apresentam palidez
das nervuras, curvatura das bordas para baixo e rugosidade.
A doença tem como vetor o pulgão Aphis gossypii.
Os sintomas desenvolvem-se ente nove e 28 dias após
a inoculação. O controle da doença é
feito com cultivares resistentes e com o controle do vetor
através da pulverização com inseticidas.
As principais cultivares resistentes são: BRS Aroeira
e BRS Sucupira. As cultivares BRS Ipê e CNPA Ita 90
apresentam suscetibilidade a esta virose.
A
cultura do algodão é de grande expressão
socioeconômica para os setores primário e secundário
do Brasil. Todavia, as pragas constituem-se um dos fatores
limitantes para sua exploração, caso não
sejam tomadas medidas eficientes de controle. Dentre as pragas
que atacam o algodão cultivado no cerrado, destacam-se:
as brocas (Eutinobothrus brasiliensis e Conotrachellus denieri),
a lagarta rosca (Agrotis spp.), os pulgões (Aphis gossypii
e Myzus persicae), o tripes (Frankliniella spp.), o percevejo
de renda (Gargaphia torresi), o curuquerê (Alabama argillacea),
o bicudo (Anthonomus grandis), a lagarta-das-maçãs
(Heliothis virescens), as lagartas do gênero Spodoptera
(S.frugiperda e S. eridania), a lagarta rosada (Pectinophora
gossypiella), os ácaros (Tetranychus urticae, Polyphagotarsonemus
latus), os percevejos (Horcias nobilellus e Dysdercus spp.)
e a mosca branca (Bemisia tabaci).
Para
o controle de pragas a Embrapa preconiza o uso do sistema
de manejo integrado de pragas - MIP, o qual é constituído
de várias estratégias de controle. Todavia o
sucesso no emprego dessas estratégias dependem da utilização
de métodos de amostragens, para determinação
dos níveis de controle das pragas e da ação
dos inimigos naturais, visando otimizar o emprego de inseticidas.
Amostragem
de pragas
Tomadas
de decisões que visem aumentar e preservar as populações
de inimigos naturais dentro do agroecossistema algodoeiro,
são ações promissoras, técnica
e ecologicamente viáveis, que poderão resultar
em grande economia para os cotonicultores, na melhoria da
qualidade do meio ambiente e na redução dos
problemas de saúde pública decorrentes do uso
indiscriminado de produtos químicos. Portanto, é
necessário que o cotonicultor esteja apto em reconhecer
as pragas e seus inimigos naturais que, porventura, venham
a ocorrer durante o ciclo da cultura, realizando amostragens
periódicas na lavoura para uma tomada de decisão
inteligente e que seja econômica, social e ecologicamente
indicada para as condições de sua empresa.
Geralmente,
as amostragens deverão ser feitas em intervalo de cinco
dias, tomando-se aleatoriamente 100 plantas em talhões
com até 100 ha, área homogênea, através
do caminhamento em ziguezague, dentro da cultura de tal maneira
que se observem plantas que estejam bem distribuídas
na cultura. Para amostrar o curuquerê em cada planta
deve-se examinar a terceira folha, contada a partir do ápice
para a base. No caso do bicudo, deve-se observar um botão
floral de tamanho médio, tomado aleatoriamente, na
metade superior da planta, a fim de se verificar a presença
ou não de orifícios de oviposição
e\ou alimentação. As amostragens visando o bicudo,
deverão ser feitas a partir do surgimento dos primeiros
botões florais até o aparecimento do primeiro
capulho na cultura.
Estratégias
de controle
O
manejo integrado de pragas tem como base fundamental a integração
de várias estratégias de controle de pragas,
tais como: manipulação de cultivar, controle
cultural (plantio, conservação do solo e adubação,
densidade de plantio, catação de botões
florais e maçãs caídas no solo, destruição
dos restos de cultura e rotação de cultura),
controle climático, controle biológico e controle
químico. A seguir, serão apresentadas as principais
estratégias para o controle das pragas do algodoeiro.
Manipulação
de cultivar e plantio
Sugere-se
a utilização de cultivares produtivas de algodão
de ciclo curto resistentes a virose e uniformidade da época
de plantio, sempre que possível, em áreas e
períodos comprovadamente com menor incidência
de pragas, visando quebrar a sincronia entre a fonte alimentar
da praga e sua ocorrência, além de possibilitar
a antecipação da colheita e, conseqüentemente,
a destruição precoce dos restos de cultura.
Conservação
do solo e adubação
A
utilização correta do solo, baseada em recomendações
técnicas de preparo e adubação, constitui-se
em ferramenta indispensável para manutenção
da sua fertilidade e estrutura, contribuindo diretamente para
a formação de plantas vigorosas e, portanto,
menos vulneráveis ao ataque de pragas.
Densidade
de plantio
A
densidade de plantio deverá ser constituída
de tal maneira que se evite o adensamento excessivo da cultura,
facilitando a penetração dos raios solares e
o deslocamento de gotas da calda do inseticida até
o alvo biológico.
Controle
climático
Nas
regiões brasileiras cujas condições edafoclimáticas
são caracterizadas por insolação excessiva,
tem exercido um papel preponderante na redução
populacional de pragas. A insolação aumenta
a taxa de evaporação da água presente
no solo e nos insetos, funcionando como fator limitante para
a sua sobrevivência, principalmente da broca e do bicudo.
Controle
Biológico
Sugere-se
efetuar, uma vez por semana, liberações inundativas
de 100.000 ovos parasitados/ha, pela vespinha Trichogramma
pretiosum no momento do aparecimento na lavoura de lepidópteros-praga,
como: curuquerê, lagartas do gênero Spodoptera
spp., lagarta rosada e lagarta-das-maçãs. A
liberação deverá ser feita com 15 cartões
de 2 pol2 contendo ovos parasitados distribuídos em
15 pontos equidistantes entre si por ha. Outra alternativa
é efetuar pulverizações com o inseticida
microbiológico a base de Bacillus thuringiensis, na
dosagem comercial de 8-16 e 16-32 g.i.a./ha, respectivamente,
quando o curuquerê e a lagarta-das-maçãs
atingirem o nível de controle. Deve-se ter bastante
atenção para a presença de predadores
(joaninhas, sirfídeos, bicho-lixeiro e aranhas) e parasitóides
(vespinha: Lysiphlebus testaceipes) do pulgão na lavoura,
obedecendo ao nível de ação desses inimigos
naturais (Tabela 1). A tecnologia da produção
de Trichogramma pretiosum encontra-se à disposição
de cotonicultores, na Embrapa Algodão.
Controle
Químico
O
controle químico das principais pragas do algodoeiro
somente deverá ser efetuado quando necessário,
ou seja, quando a praga atingir o nível de controle
(Tabela 1). Até o aparecimento das primeiras maçãs
firmes (cerca de 70 dias), não devem ser utilizados
inseticidas piretróides. A escolha dos inseticidas
químicos deverá contar com a participação
efetiva de um agronômo, sendo então, levado em
consideração a eficácia, a seletividade,
a toxicidade, o poder residual, o período de carência,
o método de aplicação, a formulação
e o preço.
Destruição
dos restos de cultura
Imediatamente
após a colheita, deve-se proceder à destruição
dos restos de cultura, tais como: raízes, caules, botões
florais, flores, maçãs, carimãs e capulhos
não colhidos, respectivamente, através do arranquio
e/ou coleta, para destruição e incorporação
no solo. A destruição dos restos de cultura
no final da safra visa quebrar o ciclo biológico das
pragas, através da eliminação dos sítios
de proteção, alimentação e reprodução.
Rotação
de cultura
O
cultivo alternado do algodoeiro com outras culturas, em sucessões
repetidas, adotando-se uma seqüência definida,
além de contribuir para a redução de
pragas específicas associadas a uma delas, concorre
favoravelmente para a melhoria das condições
físicas e químicas do solo.
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