DA
REDAÇÃO
O
setor agrícola produziu 365 mil toneladas de amendoim
em casca, que correspondem a R$ 561 milhões. No total,
o amendoim movimentou R$ 1.397 milhões em 2004. As
exportações, por sua vez, deram um salto de
200% em relação a 2003.
Esse resultado é fruto do empenho das indústrias
associadas à ABICAB, que em 2001 criaram o Pró-Amendoim
- Programa de Auto Regulamentação e Expansão
do Consumo do Amendoim -, com o objetivo de resgatá-lo
como um alimento de alta qualidade nutricional e de total
confiança. O programa tem sido o grande promotor da
qualidade do produto não apenas no âmbito industrial,
mas também no setor agrícola.
Os últimos resultados do monitoramento do mercado de
produtos de amendoim constataram que 92,4 % dos produtos pesquisados
são apropriados para consumo, enquanto apenas 7,6 %
das amostras não estavam em conformidade com a legislação
vigente. Foram coletadas 1266 amostras em 19 períodos
distintos, com a avaliação de 300 marcas de
232 empresas. Uma média dos últimos quatro anos
leva a uma incidência da ordem de 88% de bons produtos.
Depois de denúncias feitas pelo Pró-Amendoim,
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
- ANVISA - interditou onze lotes que não estavam em
conformidade em 2003 e vinte e três lotes em 2004, demonstrando
firme atuação no mercado e coibindo abusos.
"Desde a criação do Pró-Amendoim
a resposta da cadeia produtiva foi muito rápida"
- informa o vice-presidente para o setor Amendoim da ABICAB
e coordenador do projeto, Carlos Barion. O principal gargalo
na qualidade do produto era a logística de cultivo
e de colheita. "A secagem era feita em modelos naturais
e dependia do tempo, basicamente. Hoje os produtores adotaram
a secagem industrial, o que representa um enorme avanço
tecnológico na qualidade de matéria-prima".
Com o desenvolvimento de novas variedades com maior índice
de produtividade, o setor agrícola conseguiu obter
ganhos maiores e assim garante a continuidade dos investimentos.
Esta melhora na qualidade do produto in natura e industrializado
resulta em melhor remuneração, principalmente
para o setor primário. "A indústria, com
o Pró-Amendoim, puxa a cadeia como um todo".
Abicab
cria setor de agronegócios
A
novidade deste ano é o lançamento do setor de
Agronegócios dentro da ABICAB, sob a orientação
dos representantes do Pró-Amendoim, cujo objetivo,
segundo Barion, "é fazer com que a cadeia não
perca o ritmo de crescimento, uma vez que é nosso dever
acompanhar nossos fornecedores. Dessa forma, os fabricantes
de produtos com amendoim podem manter seu crescimento sustentado
com melhoria de eficiência tanto na lavoura, como na
armazenagem e na industrialização".
O presidente da ABICAB, Getúlio Ursulino Netto, fala:
"o Pró-Amendoim é um sucesso em termos
de consumo, graças à garantia que damos em cada
embalagem. O consumidor respondeu positivamente às
nossas ações e o setor vem crescendo ano a ano,
provando que existe um grande mercado potencial para a categoria".
Este crescimento trouxe a demanda pela matéria-prima,
"por enquanto com relação ao mercado interno,
mas já começamos a ter demanda para exportação.
Isso reforça a necessidade de ampliar o agronegócio
do amendoim", considera.
Para garantir um produto seguro, o Agronegócio vem
se adequando com a aquisição de secadoras, construção
de armazéns e desenvolvimento de novas categorias de
grãos, lembra o presidente da ABICAB. "A cadeia
produtiva do amendoim se organiza, enfim. Daí a necessidade
de uma coordenação entre consumo e produção,
que será o papel da ABICAB", diz Getúlio
Ursulino Netto.
Para participar do Setor de Agronegócios, a empresa
deve ser associada à ABICAB. O Comitê do Agronegócio
já está em contato com empresas das categorias
produtoras e beneficiadoras, a fim de incorporá-las
para agregar valores e agilidade ao Setor.
Em um país como o Brasil, líder mundial na produção
de cana-de-açúcar, segundo maior produtor de
soja, terceiro em milho, e quinto em cacau, Carlos Barion
acredita que "há mercado potencial e capacidade
agrícola para aumentar consideravelmente a produção
do amendoim".
De acordo com os últimos dados disponíveis,
o maior produtor mundial de amendoim (em casca) nas Américas
é os Estados Unidos, com 1.905 mil toneladas; seguido
pela Argentina, com 414 mil toneladas; Brasil, com 365 mil
toneladas. O consumo per capita, em quilos no Brasil é
de 0,65 kg por habitante/ano. O setor como um todo gera 42
mil empregos em 254 empresas instaladas.
Nos meses de junho e julho, quando as Festas Juninas tomam
conta do País de Norte a Sul, o consumo de amendoim
aumenta. Em 2005, a previsão é que a venda de
amendoim salgado cresça 15%, seja in natura, torrado,
moído ou na forma de snacks. Já na forma de
doces como paçoca e pé de moleque, por exemplo,
o consumo deve aumentar em torno de 30 a 40%. Embora a diversidade
regional brasileira faça com que cada região
possua suas próprias comidas típicas, o amendoim
é praticamente uma unanimidade e consumido sob todas
as formas.
|