Com
o aumento das exportações e o crescimento do
agronegócio em 2004, a indústria de produtos
veterinários também foi beneficiada pelo bom
momento que o país viveu durante o último ano.
Segundo dados divulgados pelo Sindan, Sindicato Nacional da
Indústria de Produtos para a Saúde Animal, um
levantamento feito pela entidade aponta um crescimento no
faturamento da indústria veterinária em 2004
superior a 11% em relação ao ano anterior. Isto
significa que o valor registrado em 2003, de R$ 1,8 bilhão
passou para R$ 2 bilhões no ano passado. É o
segundo ano consecutivo que o setor apresenta expansão.
Impulsionado pela exportação de carne, os produtos
veterinários para bovinos representaram cerca de 55,6%
das vendas das indústrias de produtos para a saúde
animal. Um outro segmento que também apresentou bons
índices foi o da avicultura, responsável por
21% do faturamento. Seguido pelo segmento de pequenos animais,
que representou 9,5% e pela suinocultura que atingiu a marca
de 8% do total de vendas. "A confiança maior no
mercado e o lançamento de novos produtos também
puxaram as vendas da indústria veterinária influenciando
o resultado final", declara Emílio Salani, presidente
do Sindan.
A questão do câmbio também foi favorável
às indústrias. O dólar, que em 2002 foi
considerado o grande inimigo da rentabilidade deste setor,
proporcionou em 2004 um crescimento no faturamento ao se manter
estável desde o início do ano. Isso interferiu
de maneira positiva nos custos das matérias-primas
utilizadas pelas indústrias veterinárias no
país. Calcula-se que cerca de 50% dos insumos são
cotados em dólar.
A preocupação com a febre aftosa fez com que
o número de vacinas contra a doença batesse
um novo recorde, passando das 328 milhões de doses
comercializadas em 2003, para 348 milhões de vacinas
em 2004. Número este que superou até as próprias
expectativas do setor. Segundo dados do Sindan, em alguns
estados das regiões Norte e Nordeste foi registrado
um aumento relevante na procura por vacinas contra a doença.
No estado do Piauí, por exemplo, o crescimento da demanda
foi de 138% em 2004. Seguido por Pernambuco (54%), Rio Grande
do Norte (50%), Sergipe (47%), Maranhão (32%) e Rondônia
(24%), entre outros. Vale a pena lembrar, que estes estados
se encontram dentro de áreas que ainda oferecem risco
de focos da doença, de acordo com o MAPA (Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). "O
próprio posicionamento claro do MAPA em favor do aumento
do orçamento para a defesa sanitária, bem como
da prioridade desta luta contra a febre aftosa e outras enfermidades,
deve ser aplaudido por toda a cadeia produtiva e demonstra
o empenho do Governo para solucionar um dos maiores entraves
do agronegócio brasileiro, que está na sanidade",
declarou Salani.
Para o Sindan, o ano de 2004 foi marcado por grandes conquistas
para a indústria brasileira de produtos para saúde
animal. Uma delas foi o novo decreto aprovado em abril/2004
que regulamenta e moderniza a legislação de
registros de estabelecimentos e produtos, bem como a fiscalização
do comércio e o uso de produtos veterinários.
"Em outras palavras, o novo decreto define procedimentos
e obrigações dos fabricantes, distribuidores,
comerciantes, importadores e até dos consumidores",
informa o presidente do Sindan.
Devido ao peso das exportações, principalmente
de carne bovina e de aves, a indústria veterinária
deve continuar investindo em novas tecnologias, produtos e
serviços, com expectativas de que o ano de 2005 também
seja favorável para o setor.
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