Em
2004 foram 47.627 bovinos de corte vendidos em leilão,
o que representa uma diminuição de 21% na oferta,
em 786 remates (78 eventos a menos que em 2003). Em compensação
o volume negociado atingiu R$ 544 milhões, o que representa
um aumento de 10% sobre o ano anterior.
Assim como em 2003, o mercado de fêmeas e prenhezes
fechou o ano com números satisfatórios na renda
e média, entretanto acompanhou a tendência de
uma menor oferta, com uma queda, até agora, de 46%
no número de animais nos remates. Foram registrados
18.207 lotes por R$ 377,8 milhões. Em 2003, as fêmeas
acumularam um montante de R$ 379,3 milhões, cifra não
muito distante do ano seguinte.
Para José Eduardo Matuck, da Leilopec, o ano de 2004,
de uma certa maneira, confirmou as expectativas do início
do ano, com o mercado se mantendo aquecido. Em 2005 Matuck
prevê que haverá aumento na oferta de animais
e também de remates.
ZEBUÍNOS
Ainda
os maiores colaboradores pelo saldo favorável do setor,
os zebuínos fecharam o ano com uma renda de pouco mais
de R$ 498 milhões, o que representa um aumento de 12%
comparado ao resultado de 2003, segundo o que apurou a pesquisa
da Revista Rural. A média também sofreu alteração,
e passou de R$ 10.083 no ano anterior para R$ 13.267 em 2004.
As raças também realizaram um maior número
de remates, que saltou de 619 para 626.
O Nelore foi o que apresentou melhor performance entre os
zebuínos. Foram R$ 397,6 milhões, 5% a mais
que no último período, com a média de
R$ 14.068. O ponto alto do ano ocorreu durante a 70a edição
da Expozebu. Foram negociados R$ 83,3 milhões, 24,64%
superior à 2003 e oferta de mais de 21 mil animais.
O remate de maior renda foi o Elo de Raça, com um total
de R$ 10,9 milhões, onde outro recorde aconteceu, quando
a fêmea nelore Marilin Montanha TE foi vendida por R$
1,47 milhão a João Carlos Di Gênio (Grupo
Objetivo - SP) e Agropecuária Santa Bárbara
(RJ), batendo o valor de Helen da Terra Boa, negociada na
outra edição por R$ 1,19 milhão.
Para Antônio Villela Couto, selecionador de Nelore na
região de Uberaba, Minas Gerais, em 2004 o mercado
viveu um dos seus melhores momentos. Segundo ele prova disso
foi o recorde em leilões organizados, as médias
de venda se superando a cada dia, além do aumento de
criadores e expositores. O selecionador afirma que o fator
mais importante para os excelentes resultados foi a seriedade
no trabalho de todos que estão ligados no dia a dia
dos zebuínos.
Para 2005 ele tem convicção em conseguirem dar
continuidade ao trabalho do último ano em todas as
etapas. Antônio Villela explica que uma mostra disso
é que os canais ligados aos leilões de pecuária
seletiva estão com seus dias todos tomados, fazendo
com que novos investimentos no setor tornem-se necessários,
o que acredita ser um bom termômetro para o setor.
TAURINOS
Os
taurinos mais uma vez apresentaram queda no mercado de animais
de elite. Foram 5.734 animais contra 9.471 de 2004, isso representa
uma diminuição de, aproximadamente, 39%. A renda
também teve uma redução de 19% caindo
de R$ 33,6 milhões para R$ 27,2 milhões. A queda
se deu também no Angus, raça que até
então mantinha-se fora do contexto geral das taurinas.
Com uma diminuição de 39% na oferta e retração
de 20% da renda, contabilizando R$ 9,6 milhões.
COMPOSTOS
Ainda
em busca de estabilidade, as raças sintéticas
apresentaram quedas um tanto significativas em 2004, em comparação
ao ano anterior. A diminuição mais surpreendente,
para um grupo que vinha apresentando crescimento nos últimos
anos, foi na oferta. O número de animais caiu 51%,
aproximadamente, registrando 3.560 animais contra 7.331 de
2003.
A redução do número de animais foi refletida
na renda acumulada, até o período abordado.
Em 2004 o montante registrado foi de R$ 10,7 milhões,
34% a menos que no período passado, cuja soma foi de
R$ 17,5 milhões, de acordo com levantamento da Revista
Rural.
Outra diminuição importante foi em relação
ao número de eventos, que caiu de 111 em 2003 para
70. Resultado esse visto em 1999 que fechou com 71 remates.
Como a raça que mais vendeu em 2004 entre as raças
sintéticas, o Brangus acompanhou a esfriada do grupo.
Foram aproximadamente 1.493 animais em pista, que obtiveram
R$ 3,4 milhões. Em 2003 foram 3.910 lotes com uma arrecadação
de R$ 6,9 milhões.
Vindo logo atrás, o Canchim também apresentou
uma recuada no número de lotes e na renda dos remates
das raças. No ano de 2004 os resultados são:
468 lotes, com o montante de R$ 2,4 milhões, contra
os 901 lotes por R$ 3,5 milhões do ano anterior.
Ao que tudo indica 2005 deverá ser o ano da busca da
recuperação do susto do último ano das
raças que compõem o grupo. A grande meta será
mostrar como os fundamentos do cruzamento industrial devem
ser aplicados para afastar de vez a oscilação
e partirem para a arrancada no mercado de leilões.
MERCADO
DE LEITE
Levando
em conta um número menor de eventos registrados até
o mês de novembro, comparado a 2003, as raças
leiteiras mostraram maior valorização dos animais.
Em 2004 foram aproximadamente 14.543 lotes negociados por
R$ 28,6 milhões, uma redução de 27%,
comparado ao período anterior, em 109 remates. No ano
de 2003 a renda das raças leiteiras registrou o total
de R$ 39,3 milhões e 21.363 lotes, de acordo com informações
apuradas pela pesquisa da Revista Rural.
Para Maurício Silveira Coelho, selecionador de Girolando
em Passos, Minas Gerais, o mercado no último ano para
as leiteiras apresentou-se calmo, ou seja sem grandes surpresas,
comparado aos últimos anos, com preços normais
embora um pouco abaixo do histórico.
Segundo o pecuarista, no início dos meses de abril
e maio se mostraram mais favoráveis para o mercado
das raças de leite, registrando acima de 2 mil lotes,
cada mês, e faturando entre R$ 4,2 e R$ 5,5 milhões,
respectivamente.
Coelho acredita que o ano foi o da recuperação
para as leiteiras, mostrando que o mercado, para esse grupo,
está agora sob controle. Os resultados satisfatórios
devem muito ao bom momento do leite, gerando agregação
de valor às vacas, o que terá maior reflexo
em 2005 que já iniciou com maior demanda. José
Eduardo Matuck, da Leilopec, concorda, sendo uma das apostas
da empresa os leilões de raças leiteiras, que
vêm demonstrando boa recuperação.
Entretanto, Maurício Coelho explica que o mercado de
raças leiteiras é modesto e continuará
tendo essa característica, ou seja, as cifras não
causarão tanta surpresa. Ele afirma que hoje o produtor
é mais realista em relação ao mercado
e que dificilmente apresentará cifras exorbitante.
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