Para
a indústria de fertilizantes, o ano de 2004 foi praticamente
uma repetição de 2003, em volumes de vendas.
De acordo com a ANDA - Associação Nacional para
Difusão de Adubos, os números chegam a aproximadamente
22,650 milhões de toneladas de adubos, contra 22,780
milhões em 2003, uma queda de apenas 0,4%.
Estima-se que as culturas da soja, do milho e da cana-de-açúcar
consumiram cerca de 67% dos adubos vendidos no país.
Sendo que somente para a soja foram vendidas cerca de 8,5
milhões de toneladas de fertilizantes, um total que
representa mais do que o dobro de adubos negociados para o
milho, 4 milhões de toneladas, e mais do triplo do
volume vendido para cana, 2,6 milhões.
Segundo o vice-presidente do Conselho de Administração
da ANDA, Torvaldo Antônio Marzolla Filho, o faturamento
será 20% a mais do que o registrado em 2003 ,em virtude
do aumento nos fretes internacionais e da alta do petróleo,
que interferiu nos preços dos fertilizantes à
base de nitrogênio. Espera-se fechar o ano com a receita
de aproximadamente R$ 15 bilhões. O maior faturamento,
porém, não significou mais rentabilidade para
as indústrias de fertilizantes. "Ela diminuiu.
As empresas se esforçaram o máximo possível
ao repassar os aumentos aos agricultores, tentando diminuir
os impactos provocados pelo aumento dos insumos", disse
Torvaldo. Ele ainda ressalta que o ano passado foi de dificuldades
para os agricultores nacionais devido não somente pela
alta nos preços desses produtos, como também
pela falta de crédito agrícola.
Segundo dados da ANDA, dentre os estados que mais compraram
adubos em 2004, o Mato Grosso conseguiu pelo terceiro ano
consecutivo liderar o ranking nacional. É importante
ressaltar ainda, que apenas três estados do país
correspondem por 45% do total das entregas de fertilizantes.
São eles: Mato Grosso, Paraná e São Paulo.
No ranking internacional, o Brasil ocupa hoje a quarta colocação
como o maior mercado de fertilizantes do mundo, perdendo posto
apenas para a China, os Estados Unidos e a Índia. "Sem
contar que o nosso país tem potencial para crescer
no agronegócio como nenhum outro no mundo inteiro.
Além da quantidade fantástica de terra que temos,
contamos um clima favorável, mão-de-obra qualificada
e tecnologia até mesmo na agricultura familiar",
observou Torvaldo.
Para ele, o ano de 2005 será problemático e
deverá ser acompanhado e analisado mês a mês
devido as variantes que podem surgir. "O importante é
repetir o sucesso do faturamento de 2004. Temos a esperança
de que dias melhores virão. É preciso olhar
para outras culturas além dos grãos e torcer
para que 2005 seja um ano mais tranqüilo e de sucesso
para o agronegócio brasileiro", disse.
Embora o ano comece com preocupações em relação
ao preço da soja e de outras commodities, a indústria
de fertilizantes vê em outros setores do agronegócio
a possibilidade de garantir o seu mercado. Produtos como frangos
e suínos estão batendo recordes em exportações,
o que representa "milho" para a agricultura no preparo
de ração e, consequentemente, maior uso de fertilizantes.
"Existe também a possibilidade do biodisel que
irá adicionar, além do álcool, outros
produtos agrícolas e o mercado de fertilizantes ganhará
com isso", declara o presidente da ANDA. Torvaldo diz
ainda que a indústria de fertilizantes, apesar de todos
os problemas que vem enfrentando, se orgulha de nunca ter
deixado faltar adubos para nenhuma cultura.
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