ABCM
lançou o 2º Sumário da Raça, com
análises de 43 touros, todos com, na mínimo,
sei progênies controladas na desmama e aos 12 meses.
O trabalho foi desenvolvido pelo Grupo de Melhoramento Genético
Animal, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos,
da USP/Pirassununga. Os reprodutores são oriundos de
14 rebanhos dos Estados de Goiás, São Paulo
e Paraná.
Não
foi á toa que o diretor da Associação
Nacional dos Criadores de Bovino Italiano da Carne (Anabic),
Paolo Canestrati, declarou, durante a Expocorte 99, em São
Paulo, que o rebanho brasileiro não deixa nada a dever
aos melhores gados julgados nas pistas de todo o mundo. Os
animais possuem carcaças modernas, tipo carne, têm
rusticidade, fertilidade e conversibilidade. Quesitos necessários
para o sucesso dos empreendimentos agropecuários na
era globalizada.
Por sua vez, o zootecnista e proprietário da Progênie
Melhoramento Genético, Roberto Vilhena Vieira, que,
anualmente, vende cerca de 10 mil doses de Marchigiana e cinco
mil de Chianina, comenta que o grande ganho da pecuária
nacional está na seriedade da seleção
genética pelos italianos. Sob coordenação
da Anabic, o trabalho obedece um rígido controle para
provas de performances dos reprodutores, dos quais apenas
os melhores indivíduos ficam autorizados a entrar para
coleta de sêmen. Durante o primeiro ano após
o término da análises, a genética dos
animais fica proibida de ser exportada, cuja liberação
acontece somente touros começarem apresentar ganhos
em seus filhos. É uma maneira deles protegerem a genética
italiana, reservando o direito dos valorizar em avanço
da pecuária local. No entanto, do lado importador,
temos a certeza de que só compramos material testado.
Os melhores dos melhores, pontua Vieira.
Sêmen
e Inseminação
Só
para lembrar, o sêmen é o único material
que pode ser trazido da Europa, tendo em vista que as fronteiras
foram fechadas logo após a polêmica da vaca louca.
Sendo assim, a última importação de animais
ocorreu em 1995, quando alguns criadores trouxeram 25 fêmeas
e dois touros Marchigiana e 20 fêmeas Chianana, com
o intuito de desenvolver a coleta de embriões e melhorar
o plantel brasileiro. A procura cresceu tanto que, para o
ano 2000, a Progênie prepara-se para aumentar sua comercialização
em 50%, fruto da parceria com as associações
e os próprios criadores. Esse aumento deve ser absorvido
pelos pecuaristas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, prevê
Vieira, revelando que há possibilidades de expansão
para Argentina, Bolívia e Venezuela.
A grande melhoria da genética Marchiana no Brasil se
deve ao touro Mirino, nascido em 1990, responsável
por uma produção de 10 mil filhos na Itália.
Atualmente, é a coqueluche dos criadores nacionais.
Na última exposição da raça, em
São José do Rio Preto (SP), realizada em setembro,
70% dos grandes campeões carregavam seu sangue. Mirino
é pai de Daino e Círio, dois reprodutores selecionados
no programa da Anabic.
Lezio é outro nome de destaque no trabalho de melhoramento
genético do Brasil. È pai de Birbo, também
aprovado na seleção da Anabic. Atento para oferecer
opções de acasalamentos para os pecuaristas
brasileiros, Vieira ressalta os exemplares Damasco e Enea.
Estamos preocupados com um direcionamento de seleção,
pois seleção animal nunca termina. Assim, é
preciso oferecer uma genética compatível á
continuidade de um trabalho que vem dando certo.
Prova de que a evolução das raças italianas
é uma constante, basta observar os índices alcançados
pelo gado Piemontês. De 1990 a 1998, a raça registrou
um acréscimo de 1.200% no número de nascimento
PO, passando d e 32 para 398. No mesmo período, os
acasalamentos também aumentaram significativamente:
537%. A grande responsável pela multiplicação
do rebanho é a transferência de embriões.
Dados da Associação Brasileira dos Criadores
de Bovinos da Raça Piemontesa (ABCBRP) indicam que,
no ano passado, ocorreram 1.307 acasalamentos via TE, 232
por inseminação artificial e somente 37 via
monta natural.
Nesse cenário, a Semenzoo do Brasil, que importa sêmen
da raça desde 1989, registrou, no ano passado, uma
comercialização de 34.928, quando conseguiu
vender 16.206 doses. Para este ano, um dos diretores-proprietário
da empresa, Paulo Ricardo Zanella Miguel, espera ganhar outros
50% com negócios do Piemontês. As características
da raça, aliada á rusticidade, fazem desse gado
um importante instrumento de rentabilidade da pecuária
nacional.
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