Depois
de quase seis anos de trabalho itinerante, a Escola de Marcha
e Adestramento (EMA), que já formou mais de 1.300 pessoas,
ganhou em abril, sede fixa, na cidade de Confins (MG). Um
antigo sonho da Associação Brasileira dos Criadores
de Cavalo Mangalarga Marchador, que, na prática, é
mais um importante apoio para disseminação da
raça, do aperfeiçoamento de técnicas
e da maior utilização dos animais nos campos,
enduros, hipismo, cavalgadas etc. Além de característica
de aprimoramento dos cavalos, a iniciativa tornou-se um meio
para tirá-los da cachoeira, despertando para o interesse
da monta em suas diversas aplicações,
comenta o gerente da Fazenda da EMA, José Ferraz.
Numa
estrutura moderna e com capacidade para atender aos mais exigentes
parâmetros para cavalos de sela, a Fazenda da EMA encontra-se
numa localização estratégica, distante
45km de Belo Horizonte (MG) e próxima ao Aeroporto
Internacional de Confins. Adquirido por R$ 275 mil, os 15hectares
do terreno é composto por nove piquetes de tifton,
13 baias, duas casas de colonos e área de mata. Condições
que devem acomodar os alunos dos cursos de equitação,
adestramento e podologia. É de lá que sairão
os futuros ferradores, tratadores, monitores de equitação,
apresentadores técnicos de registro de controle ao
pé e árbitros da raça. O trabalho terá
início no segundo semestre de 1999 e promete ser interativo
com a sociedade. Nesse sentido, estão previstas aulas
específicas para menores carentes e deficientes físicos
e mentais.
No geral, os cursos terão curta duração,
aproveitando os finais de semana para atender interessados
de outras regiões do País. As acomodações
permitem a estada simultânea de 15 pessoas, sendo que
os animais serão parte do plantel da própria
fazenda. Os treinamentos estão a cargo dos médicos
veterinários Roberto Coelho Naves, Sônia Carmen
Lopo, Aloysio Mianna Cid e do Agrônomo Fernando Mello
Vianna, que, desde a formação da EMA, fazem
parte de sua equipe de instrutores. Formados pela Escola de
Equitação do Exército, em Realengo, RJ,
sob orientação do coronel Mário Gonzáles,
esses profissionais atualizam-se constantemente com coronel
Salim Nugri.
Criada para preservar as genuínas características
da raça Mangalarga Marchador recuperar a cultura eqüestre
nacional, como anuncia a placa de inauguração
assinada pelo então presidente da associação
Alexandre Rocha de Miranda, a EMA vai ao encontro de uma das
principais propostas da atual diretoria da entidade, que pretende
reforçar a ênfase aos esportes, sem esquecer,
é claro, da razão de ser da raça: a marcha.
Comandada por Agostinho Patrús, a entidade constituiu
uma comissão específica para o assunto, composta
por Marcelo Batista Monteiro Lobato e Pedro Werneck Neto.
O cuidado antigo dos criadores da raça em manter o
animal funcional e em constante evolução se
reflete na posição ocupada pelo Marchadhor no
mercado nacional, bastante privilegiada. Excelente liquidez,
bons resultados em provas eqüestres e sucesso nas exposições
são apenas algumas marcas da alta performance que a
raça vem trilhando ao longo dos anos. No ano passado,
os 47 leilões de garanhões, éguas, potros,
potras e castrados do cavalo Mangalarga Marchador registrou
um total de vendas de R$ 27,588 milhões, com média
de R$ 4.765. Um montante suficientemente para comprar 3.065
carros populares ou 61.308 bois gordos. Em 1999, os nove leilões
ocorridos até maio mostraram que os negócios
Mangalarga Marchador são auto-suficientes. Os preços
vão muito bem, obrigado, e os criadores estão
satisfeitos com os valores alcançados com seus animais
(veja Box). Destaque para os animais Gaita Scala, de Moacir
Bagarolli Filho vendida para Condomínio Quixote Malta,
por 180.000, no II leilãoYuri; Nara do Porto Azul,
do Haras Quixote para o Haras Imperados a R$ 78.000 no 6º
Quixote Malta; Festa AJ, aquisição de Dalva
Camilo Diniz no I Itajoara por R$ 60.000; e Dança da
Sedução, do pregão Yuri, ofertada pela
Sedução Agropecuária Importação
e Exportação Ltda. E adquirida por João
Carlos Hartz, a um valor de R$ 85.000.
|