A maioria dos consumidores de automóveis sabe que os
carros que estão nas lojas, passaram por uma série
de testes dos mais variados tipos, a fim de verificar se o
produto está nos níveis de qualidade exigidos
pelo mercado. Nas máquinas agrícolas, apesar
de não terem a mesma difusão que os automóveis,
também são realizados testes semelhantes, que
procuram verificar se elas estão em condições
de serem colocadas no mercado.
Na
AGCO do Brasil, fabricantes dos produtos Massey Ferguson,
entre os vários testes realizados com os tratores existe
um que procura verificar a resistência da máquina.
Ele é chamado de Bump-track ou simplesmente de pula-pula.
O trator é colocado em uma pista circular conectado
a um cabo de ferro e coordenado automaticamente por instrumentos
colocado em uma cabine. antes do teste iniciar é determinada
a velocidade, se ele vai com peso ou não de forma que
recrie as mais diversas situações em que a máquina
é utilizada.
A
pista possui área de impacto definida através
da colocação de obstáculos circulares
com os mais variados formatos em termos de altura e também
com diferença entre a distância. Podemos colocá-los
de forma continua ou então alternadas, explica Sálvio
Machado, engenheiro do laboratório de testes com produtos.
Conforme diz, dentro da pista ainda tem o chuveiro que molha
o trator com água salinizada para testar a corrosão
dos componentes e verificar as vedações do sistema
de painel e cabines.
O teste no pula-pula é feito quando existem alterações
estruturais no produto como lataria, plataforma, eixos traseiros
e dianteiros. O trator roda 24 horas durante 28 dias com checagens
feitas todos os dias. As primeiras 100 horas são feitas
sem peso que são colocados para as outras 100 horas,
que em termos de trabalho no campo significam 2 mil horas
ou um ano. Ao final do processo, é desmontado todo
o trator e feita uma análise peça por peça
para verificar se houve alguma falha. Em caso positivo a peça
é refeita e ele volta a pista para mais umas horas
de teste. Do contrário, está aprovada para produção
em escala.
Método Diferente - Nossa linha de tratores é
mundial e tem o seu desenvolvimento feito em diversas partes
do mundo. Cada uma destas unidades fabris, testam rigorosamente
os seus componentes. Quando chega aqui, fazemos os testes
do produto final, diretamente no campo, dentro das condições
reais de uso, afirma Amilcar Centeno, gerente de marketing
de produto da SLC John Deere. Segundo ele, os testes feitos
em uma pista Bump-track são válidos, mas não
demonstram a realidade do dia a dia de um trator. Por isto
ele acredita mais no teste de adequação do produto
ao mercado no qual este componentes serão inseridos.
No Brasil, por exemplo, você deve avaliar as condições
nas quais ele será usado, porque tanto pode entrar
numa lavoura de cana, como de batata e para cada uma delas,
as exigências para os componentes serão diferentes,
assegura. Centeno afirma que a empresa sempre está
preocupada com a qualidade dos seus produtos e por isto, ela
investe cerca de 4% do seu faturamento bruto mundial em pesquisa
de desenvolvimento tecnológico.
|