Introduzindo no Brasil há 45 anos, o Santa Gertrudis
enfrenta um momento especial. Após um período
de euforia, a raça está concentrada em criadores
profissionais, que buscam lucro com a criação
dos animais. Carson Geld, presidente da Associação
dos Criadores de Santa Gertrudis e criador há 30 anos,
explica que há cinco anos aumenta a demanda por animais.
O período de modismo, preços artificiais e investidores
que não pertenciam ao meio rural já superado.
A
raça, que hoje concentra 150 mil animais registrados,
conforme a associação, divide-se em animais
PO e 3/4. Espalhada ao longo do país, possui plantéis
expressivos no Rio Grande do Sul, Maranhão, Mato Grosso
e Pará. A explicação é simples.
Trata-se de uma raça adaptável, o que significa
bom desenvolvimento em regiões frias e quentes. Já
a demanda por sêmen intensificou-se nos dois últimos
anos, motivada pela necessidade das características
de vigor híbrido e resistência ao clima tropical
do Santa Gertrudis em cruzamento industriais.
Presidente
da associação, desde o ano passado e com mandato
até o final deste ano, Geld explica que a entidade
concentra as atuações em três planos básicos.
O primeiro consiste na intensificação do marketing
da raça. A iniciativa, porém, será desenvolvida
pelos criadores, com publicidade dos animais e propriedades
dos animais e propriedades.
O segundo trata da consolidação da finanças
da associação e maior divulgação
da raça. Neste ano, a participação de
animais em exposições será muito superior
a verificada no ano passado. E o terceiro, a importação
de sêmen, de animais criados nos Estados Unidos. Os
recentes problemas econômicos ocorridos no país
impediram a iniciativa. Mas, até setembro e outubro,
as importações devem acontecer.
Geld afirma que hoje muitos criadores mostram interesse em
animais Santa Gertudis mocho. O animal apresenta vantagens,
como a necessidade de não mochar e, portanto, ter manejo
mais fácil, e a estrutura física, que garante
maior produção de carne, já que o traseiro
é mais definido.
A associação que reúne 200 sócios
ativos, desenvolve o Programa Nacional de Melhoramento Genético,
desde 1995. A metodologia considera o controle trimestral
de peso para animais com até 21 meses e de perímetro
escrotal para os machos de 9 a 21 meses. A avaliação
inclui pesos padronizados as idades de 120, 205, 365 e 550
dias e o perímetros escrotal padronizado as idades
de 365 e 550 dias.
O número de rebanhos avaliados saltou de 75 na 1ª
Avaliação Genética 1997, para 127, no
ano seguinte. Atualmente, participam do Programa de Melhoramento
Genético 25 rebanhos, com 22,3 mil animais cadastrados
e 3 mil matrizes controladas.
O Santa Gertrudis é uma raça sintética,
formada por 3/8 Brahman e 5/8 Shorthorn, com características
de rusticidade, alta produtividade e tolerância ao calor.
Atualmente, os preços dos animais oscilam entre R$
1,5 mil e 2 mil, para touro de cruzamento, e de R$ 1,2 mil
a R$ 1,3, para fêmeas puras.
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