Essa
nova técnica viabiliza um novo nicho de mercado a ser
ocupado por uma produção agrícola mais
personalizada, de encomenda, que atende exigências específicas
do consumidor. O produto resultante dessa nova tecnologia
ter maior valor nutricional (qualitativo e quantitativo),
pois é possível colocar um gene que ou elimina
ou acrescenta propriedades permitindo a produção
de um milho com maior teor de óleo ( " de alta
energia"), ou de uma soja com menor teor de gordur saturada
("mais saudável"). Essa nova conquista da
biotecnologia foi revelada por João Lammel, gerente
de negócios da Dupont, durante um seminário
sobre " Prós e contras da Biotecnologia na agricultura
e agroindústria de alimentos", realizado em São
Paulo, entre 29 e 31 de Março último.
Segundo ele, com esse novo tipo de produto, a empresa visa
transformar culturas em fábricas, criando matérias
- primas diferenciadas que melhorem a ração,
a alimentação e o uso industrial dos produtos
agrícolas. Em termos de negócios, a meta é
desenvolver e comercializar milho e soja com valor adicional
que satisfaçam as necessidades específicas dos
clientes para ração, alimentação
e usos industriais. Esse mercado, conforme o executivo, oferece
" oportunidades ilimitadas e está avaliado acima
de US$ 500 bilhões, se contrapondo aos US$ 30 bilhões
estimados pelo segmento inputs." Segundo ele, a Dupont
aguarda autorização da CTNBio para o plantio
experimental no Brasil.
Brasil
pode ser líder na produção de grãos
Como
exemplo de produtos melhorados, Lamml cita o milho com oléo
(7 x 3,5%), alta energia, que elimina a adição
de gordura na ração, permite que a proteína
melhore em qualidade e uniformidade, maior teor de lisina
- metionina, com a eliminação ou redução
do uso de aminoácidos sintéticos, além
de proporcionar maior disponibilidade de fósforo para
os animais. Com relação à soja, afirma
que o menor teor de gordura saturada, além de tornar
o produto mais saudável, concede um aumento da estabilidade
do óleo (com melhoras na fritura), melhor gosto, tanto
na alimentação humana como animal, com maior
teor de lisina e metionina, que possibilita a redução
ou eliminação do uso de aminoácidos sintéticos,
dispensando totalmente a hidrogenação. Lammel
também acredita que a técnica dos produtos melhorados,
"área em que a Dupont é lider", trará
benefícios para todos os setores.
O produtor, acrescenta, terá aumentado da receita por
área ( mais Reais por hectares); a indústria,
produtos de maior valor e melhor qualidade para processar;
os consumidores, alimentos com maior grau nutricional, significando
" Mais saúde"; e o Brasil terá a liderança
futura na produção de grãos. Segundo
ele, a pesquisa básica sobre essa nova técnica
é feita pela Dupont e pela Pionner e o desenvolvimento
e a comercialização pela Optimum Quality Grains.
Dia ainda que, atualmente, a produção de grãos
é genericamente chamada de commodites agrícolas,
mas, num futuro próximo, essa produção
"será diferenciada e feita sob encomenda."
Concordando em grande parte com as afirmações
de Lammel, William Lee Burnquist, do Centro de Tecnologia
da Coppersucar, em sua palestra, disse que a " produção
contratada" vai permitir que o agricultor tenha um mercado
garantido e a indústria uma oferta suficiente para
movimentar toda a cadeia de produção, com os
processadores desenvolvendo novas aplicações
para grãos para grãos e oleaginosas.
|