Não
basta ser um executivo, deve - se ter uma atuação
de empreiteiros. " É assim que o presidente da
Associação Brasileira de Criadores de Limousin
(ABCL), Almícar Farid Yamin, define sua atual participação
na entidade. Eleito para gerir a instituição
no biênio 97/99, diz que trabalhar com um raça
nova, que traz significativos benefícios à pecuária
nacional, exige uma participação profissional,
com vistas às melhores performances comerciais dos
produtores. " Estamos num grande empreendimento industrial
e, por isso, pensamos como empresários, com planejamentos
estratégicos de pequeno, médio e longo prazo."
A integração da pesquisa, desenvolvimento e
divulgação passou a ser uma constante nas decisões
da entidade. Comentando sobre as diversas vantagens do Limousin
alto rendimento de carcaça, precocidade, rusticidade
e conversão alimentar, Yamin revela que a raça
oferece um plus ainda não suficientemente divulgado.
Trata - se do resultado pós - desossa, cujo produto
final apresenta mais de 10% de carne limpa. Dessa maneira,
segundo ele, o criador ganha com um rendimento de carcaça
da ordem de 57% a 60%, o desdobramento da cadeia comercial,
os frigoríficos e os retalhadores, também são
beneficiados. "Na gôndola, oferecemos a carne do
futuro: menos gordura, mais macia e sabor mais apurado."
Para se ter uma idéia, o presidente ressalta que, na
França, vacas de mais de 12 anos são abatidas
para o consumo. Além de estarem em fase final de reprodução,
sua carne recebe uma valorização de mais de
20% em relação a qualquer bovino de outra raça.
De fibra fina e com maior retenção de água
e sangue, a carne do Limousin culmina numa degustação
mais aprimorada, sem falar numa digestão mais aprimorada,
sem falar numa digestão mais fácil. " Tais
fatores vão ao encontro das exigências do consumidor
moderno, que procura qualidade em todas as características
da carne." Excetuando as qualidades intrínsecas
à raça, o sucesso do Limousin no Brasil está
diretamente relacionado ao modo de trabalho dos profissionais
que estão à frente da ABCL. Com uma diretoria
coesa, formada por nove conselheiros, com apenas um terço
renovável a cada dois anos, consegui - se alta performance
no direcionamento proposto para o Limousin. " Isso possibilita
uma continuidade nas atividades definidas em gestões
presidenciais diferentes, garantindo uma política coerente
e maior dinâmica às nossas decisões",
frisa Yamin. Nesse sentido, prefere não destacar qualquer
ação de seu período na presidência
da entidade.
Atuante na associação desde sua fundação,
diz que o foco principal está centrado numa administração
empresarial. É um trabalho que não se limita
a uma única gestão, mas na continuidade de atitudes
que consideram o Limousin como um negócio decisivo
para a pecuária de corte no Brasil. " Não
é à toa que temos uma demanda maior que a oferta,
tendo a falta de animais como nosso maior concorrente. Temos
apenas 10.000 matrizes num universo de 150 milhões
de cabeças. No entanto, fincamos nosso trabalho a partir
de resultados consistentes, o que torna impossível
imaginar a pecuária de corte nacional sem a participação
do Limousin".
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