Um
dos maiores desafios do setor agropecuário está
em aliar produtividade, tecnologia e custos num programa de
lucros reais. Há algum tempo, as fazendas deixaram
de ser apenas propriedades rurais, ganhando um status mais
empresarial, com gastos e rendimentos controlados. A ordem
é conhecer o negócio, planejando corretamente
os processos envolvidos na produção. Nesse cenário,
a pecuária tradicional aparece como uma das atividades
que mais vem perdendo competitividade. Dia - a - Dia, seu
rebanho é levado para regiões de terras mais
baratas, com o intuito de manter o baixo índice de
lotação nas pastagens.
De acordo com o IBGE (1996), a média de ocupação
do rebanho nacional é de 0,86 cabeças/ha. Um
dado definitivamente pequeno para se sustentar em terras tão
caras como as do Estado de São Paulo. " Nos últimos
30 anos, o custo de produção da arroba triplicou
e, no mesmo período, o preço da carne perdeu
metade do seu valor em dólar. Daí, o produtor
que não tomar consciência de que uma propriedade
deve ser administrada como uma empresa, fatalmente sairá
do meio", alerta o Zootecnista da Suporte G Consultores
Associados, Marco Antônio Gambale.
Para se ter uma idéia dos equívocos que uma
observação superficial pode acarretar, basta
pensar no suplemento mineral. Normalmente apontado como o
grande encarecedor da arroba, seu percentual numa planilha
de custos não ultrapassam 6%.
O item de percentual mais elevado é a reposição
de animais, com 35%. Segundo Gambale, compras mal feitas ou
em momento errado pode aumentar os custos de produção
em 10% a 15%. " Por isso, é fundamental ter os
resultados finais sempre à frente de qualquer planejamento.
A melhor tecnologia é aquela à realidade da
propriedade." Assim, não adianta atender para
o lucro por unidade, mas por área.
Aumentar a relação animal/ha aparece como uma
das diretrizes de maior sucesso na pecuária de corte.
Intensificar de 8% a 16% das pastagens da fazenda garante
resultados bem melhores do que uma lotação extensiva.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Suporte G, Daniel
Prado Santos, de um sistema para outro, a diferença
pode chagar a até dez vezes maior. Considerando um
hectare, a pastagem intensificada tem condições
de suprir as necessidades de 6,75 animais. A extensiva, apenas
uma cabeça. " No final, o ganho de peso será
maior e o lucro por área bastante superior." Ao
contrário do que muitos pensam, para intensificar deve-
se optar pelo melhor pasto da propriedade. Para Santos, intensificar
não se trata apenas de adubar, mas de aproveitar todos
os recursos que a pastagem oferece. Caso não haja um
local em situação mais adequada, opta - se pela
formação de uma nova área de pastagem,
o que atrasará o retorno econômico da técnica
proposta. " Vale lembrar que a intensificação
do uso de uma pastagem é uma alternativa de mudança
dentro da pecuária. Sua aplicação exige
acompanhamento técnico, para que as dificuldades e
os erros iniciais não frustrem o produtor e não
comprometam os resultados."
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